No coração da Quadra Modelo, o centro de ensino foi construído em 1959 como parte do projeto integrador de educação de Anísio Teixeira
Foi só em 1960, entretanto, que Juscelino Kubitschek inaugurou oficialmente a escola classe e seu espaço de contraturno, a Escola Parque. Apenas em 1966, ela passou a fazer parte da rede pública de ensino do DF.
A escola classe é Patrimônio Cultural do Distrito Federal e motivo de orgulho dos funcionários e milhares de ex-alunos. Foi projetada pelo arquiteto modernista José de Souza Reis, contemporâneo de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, e é um exemplar da arquitetura moderna fundamentada nos princípios propostos por Le Corbusier e influenciada pela releitura do movimento no Brasil. O edifício é constituído por três blocos, o principal, o auditório e as oficinas, além de piscinas e quadras de esporte.
Como exemplo ímpar na construção de Brasília, a escola recebeu elogios em seu projeto e os olhares atentos de governantes do País — e do mundo, afinal, em sua visita ao Brasil, a Rainha Elizabeth II passou pela escola para conferir atenta e carinhosa o projeto na Quadra Modelo.
Na poesia de concreto que é Brasília, a escola classe colore a cidade de alegria e esperança. Natanry Osório, que na ocasião da abertura do centro de ensino foi convidada para dar aulas lá contou ao GPS que ainda hoje encontra ex-alunos.
“Em 1960 alfabetizei na Escola Classe 308, e a alegria é enorme quando encontro com ex-alunos que, sempre carinhosos, se lembram e compartilhamos a emoção do momento. É sempre com orgulho sadio que conto ter alfabetizado nomes que hoje fazem a diferença na cidade e de alguma forma retribuem a Brasília o que dela receberam. Sempre que posso visito a escola, que mantém o alto nível escolar e o contraturno com a Escola Parque. É um sonho que continua a se desenhar”, disse.
Como as escolas surgiram no Brasil?
Em 1549, os jesuítas chegaram ao Brasil com a Companhia de Jesus, comandada pelo padre Manuel da Nóbrega. Eles tinham o objetivo de difundir a fé católica, assim, a missão deles aqui no Brasil envolvia a catequização dos índios.
Os padres jesuítas ensinavam escrita, leitura, matemática e a doutrina religiosa. Nesse contexto, uma das pessoas mais importantes no processo de estabelecimento da educação no território brasileiro foi o padre José de Anchieta.
Conhecido como Padre Anchieta, o sacerdote desembarcou, no Brasil, em 1553. O clérigo logo se interessou pela língua dos nativos e dedicou-se a aprendê-la. A preocupação com a língua foi essencial para consolidar o projeto inicial de evangelizar os indígenas, já que os seus textos e apresentações artísticas eram produzidos na língua nativa para facilitar a conversão ao cristianismo.
Os jesuítas foram expulsos das terras brasileiras em 1759, sendo instituído o ensino laico com as Aulas Régias. A partir de então, apesar de as igrejas não serem mais responsáveis pelo conteúdo que era oferecido nas escolas públicas, o ensino religioso continuou mantido nas aulas.