Na gestão Ibaneis, entre 2019 e 2023, foram nomeados 16.769 servidores aprovados em concurso público para cargos efetivos no GDF


A Secretaria de Educação do DF (SEE-DF) recebeu ontem 2.953 novos servidores para atuar no sistema público de ensino. A solenidade de nomeação dos profissionais ocorreu ontem no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, com a presença da governadora interina do DF, Celina Leão (PP). Do total de convocados, 1.861 são monitores de Gestão Educacional, os quais a chefe do Executivo ressaltou a importância para a inclusão dos alunos com deficiência: “Essa nomeação tocou muito o meu coração, porque os estudantes com deficiência precisam de um atendimento de qualidade na rede pública. A nossa educação inclusiva é referência”.

A assinatura do decreto de nomeação veio após uma recomendação do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), que havia identificado um déficit de monitores na rede pública. “Se vocês estão felizes, imaginem as mães dos alunos. A comunidade escolar e a sociedade estão muito felizes. Essa é a maior nomeação dos últimos tempos para a educação e podemos falar que estamos dando os passos para ter uma educação inclusiva. O dia de hoje é uma celebração de milhares de famílias e queremos que todas as crianças sejam bem recebidas. Isso é muito simbólico para mim”, contou a governadora em exercício.

A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, aproveitou para incentivar os novos integrantes da pasta: “A nossa missão é cuidar dos nossos estudantes. E para cuidar bem deles é preciso de todos os profissionais da educação, desde quem está na portaria, na conservação e limpeza, até a merendeira, secretários, monitores, técnicos, professores e diretores. É uma rede formada por muita gente e vocês são muito bem-vindos. Vocês têm uma missão grande, uma missão de vida. É para os estudantes que a gente trabalha, o menino de hoje é o cidadão de amanhã”.

Foram nomeados ainda 400 profissionais para apoio administrativos, 686 secretários escolares, dois arquivologistas, dois comunicadores sociais e dois profissionais da área de direito e legislação. “Quero agradecer aos meus companheiros de luta e dizer que nos comprometemos aqui que vamos dar o nosso melhor pela nossa carreira e pelas crianças, porque a educação se faz para elas. Eu como mulher e como secretária escolar vou me dedicar. Seremos os melhores”, declarou Angela Silva, que foi nomeada para a carreira de Políticas de Gestão Educacional. Segundo o GDF, R$180 milhões serão realocados para a remuneração de todos os novos servidores.

O deputado federal Reginaldo Veras destacou que essa nomeação veio com o trabalho de muitas mãos e que entende o esforço de todos que dedicaram seu tempo aos estudos para conseguir passar no concurso. “Não é fácil aturar concurseiro, mas as famílias estão aí para dar apoio. Eu parabenizo os pais, mães e filhos que fizeram parte desse processo”, contou. Participaram ainda da cerimônia os deputados distritais João Cardoso, Jorge Vianna e Daniel de Castro, o deputado federal Fred Linhares e Julio Cesar Ribeiro, o secretário de Planejamento do DF, Ney Ferraz, e presidentes de sindicatos.

Para Rovânia Araújo, aprovada para o apoio administrativo, a expectativa para a convocação era grande: “O dia chegou e eu quero dar o meu melhor, chegar com o coração aberto e aprender muito”. A mais nova servidora da SEE explicou que o processo para chegar até ali foi “sofrido”, porque teve que deixar sua filha pequena na creche para poder estudar, mas no fim, ela diz ter valido a pena e que agora seu sentimento é de gratidão. “Estudei por três anos, sou mãe, dona de casa, esposa e foi bem difícil. Eu não queria mais fazer concurso, mas resolvi fazer esse e finalmente consegui”, concluiu.

Déficit ainda existe

O DF tem cerca de 28 mil alunos que necessitam de um atendimento especial nas escolas, e, mesmo com a nomeação de ontem, ainda existirá um déficit de cerca de 1,7 mil monitores no sistema público de educação. Os números foram calculados pelo MPDFT em março do ano passado e, na mesma época, foram analisados por diversos órgãos e instituições. Para os promotores de Justiça do MPDFT, a falta dos monitores pode causar prejuízos aos alunos com deficiência, uma vez que eles ficam sem condições de satisfazer suas necessidades de forma autônoma.

Bolsa para órfãos

Para dar auxílio aos órfãos decorrentes do crime de feminicídio, a governadora interina Celina Leão contou aos jornalistas que pretende criar, ainda este ano, uma bolsa destinada a eles: “Temos que criar segundo nosso próprio orçamento, e esse recurso deveria ser válido até pelo menos os 18 anos. Estamos mensurando isso em valores. Acho que algumas coisas são prioritárias, cuidar das crianças órfãs e dar condição para que a mulher saia da condição de violência”. Por enquanto, a medida segue em estudo na Secretaria de Planejamento, que vai avaliar os impactos financeiros.