Evento, no próximo dia 31, fala sobre o tratamento fitoterápico e a contribuição de etnias negras para a descoberta desses medicamentos


Utilizadas desde a pré-história para cuidar de ferimentos e doenças, as plantas medicinais são grandes aliadas na vida dos pacientes. A Secretaria de Saúde (SES) oferece alguns recursos terapêuticos nas unidades das farmácias vivas, que manipulam e ofertam medicamentos fitoterápicos.

“Os hortos não apenas produzem plantas medicinais ou insumos farmacêuticos ativos, mas promovem uma relação de vínculo, convívio e cultura de paz dentro do contexto da agroecologia, da mudança climática e da epidemia de violência” –  Marcos Antônio Trajano Ferreira, referência técnica distrital de plantas medicinais

Para debater a importância do tema e o cuidado com a saúde da população negra, a SES promove, no próximo dia 31, o 2º Circuito de Palestras sobre Atenção Integral à Saúde da População Negra no DF, destinado a trabalhadores, gestores e estudantes da área de saúde. O tema faz uma referência ao Dia Nacional da Planta Medicinal, comemorado em 21 de maio, e ao Dia da África, celebrado nesta quinta (25).

O médico e referência técnica distrital (RTD) de plantas medicinais da SES, Marcos Antônio Trajano Ferreira, ressalta a importância da ancestralidade no uso das ervas: “O ser humano se relaciona com as plantas medicinais desde os primórdios da humanidade. Quando falamos da formação do povo brasileiro, temos a chegada de etnias. Entre elas estão jeje, bantu e iorubá, que atracaram no Brasil trazendo, entre outras coisas, as plantas medicinais”, explica.

Hortos medicinais no DF

Os primeiros cultivos das plantas medicinais no sistema de saúde no DF começaram há 40 anos nos canteiros do Centro de Referência de Práticas Integrativas (Cerpis), em Planaltina. Hoje, com mais de 100 espécies sendo cultivadas, a SES oferece quatro hortos agroflorestais medicinais biodinâmicos, localizados na Unidade Básica de Saúde (UBS) 1 do Lago Norte, na Casa de Parto, em São Sebastião, e nas “farmácias vivas” do Riacho Fundo e de Planaltina.

“Os hortos não apenas produzem plantas medicinais ou insumos farmacêuticos ativos, mas promovem uma relação de vínculo, convívio e cultura de paz dentro do contexto da agroecologia, da mudança climática e da epidemia de violência – são espaços seguros e sustentáveis para que as relações humanas possam existir”, pontua Marcos Trajano.

Diversos profissionais, como médicos da família, nutricionistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, farmacêuticos, agentes comunitários, psicólogos e técnicos administrativos, trabalham nesses locais. De acordo com o médico, o cultivo de plantas medicinais não é restrito a nenhuma categoria, mas os profissionais da área farmacêutica são essenciais.

“É importante esclarecer o papel do farmacêutico tanto no contexto da garantia da qualidade dos fitoterápicos e das boas práticas de manipulação quanto dos profissionais que prescrevem e dão acesso de modo seguro a essas plantas”, enfatiza Trajano.

Produção de fitoterápicos

Além do cultivo de plantas com propriedades medicinais, há a produção de medicamentos fitoterápicos. A “farmácia viva” de Planaltina distribui os medicamentos para as UBSs da Região Norte, e a do Riacho Fundo envia para cerca de 25 UBSs em todo o DF. O objetivo não é substituir os medicamentos convencionais, mas complementar o tratamento de forma racional, ou seja, com segurança e eficácia.

Os pacientes da rede pública podem retirar os fitoterápicos nas farmácias das UBSs, mediante apresentação da prescrição, em duas vias e documento pessoal. Confira a lista de unidades que oferecem o serviço.

Serviço

2º Circuito de Palestras sobre Atenção Integral à Saúde da População Negra no Distrito Federal
→ Data: dia 31, das 8h às 17h.
→ Local: Auditório do CRM-DF | Centro Empresarial Parque Brasília S- IG, Quadra 1 , 2425, Sala 202.
→Inscrições: gratuitas, até sexta (26), neste link.
→ Capacidade máxima: 95 pessoas.

*Com informações da Secretaria de Saúde