Conheça o Projeto Violeta e veja como funciona o atendimento especializado de atendimento no Hmib


Nos Cepavs, as vítimas são acolhidas com uma notificação feita pela primeira unidade de atendimento; em seguida, há o direcionamento para a rede de serviços, tanto da própria Secretaria de Saúde ou, quando há necessidade, algum segmento intersetorial – serviço social ou sistema de justiça. “É importante que se tenha esse olhar integral para esse tipo de atendimento”, reforça Priscila.Projeto Violeta

No Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib) há unidades de prevenção e assistência a vítimas de violência no âmbito do Programa de Interrupção Gestacional previsto em lei e pelo Cepav Violeta, que presta cerca de 150 atendimentos ao mês, com mais de 20 acolhimentos por semana.

Além dos serviços de urgência e emergência, a unidade oferece atendimento psicossocial a vítimas de violência. O principal público do Hmib é formado por mulheres adultas cis e trans, além de crianças. O atendimento é feito por demanda espontânea, de segunda a sexta-feira, no horário comercial.

“Já tivemos casos de, mesmo não havendo uma adesão inicial, as mulheres procurarem o serviço meses ou anos depois, após se perceberem em situação de violência”, relata a psicóloga Marcela Medeiros, do Cepav Violeta

Nos casos de violência sexual, o pronto-socorro ginecológico do Hmib oferece a profilaxia, que são as medidas tomadas após a exposição de risco, como exame médico e vacinas.

“É uma rede composta por vários setores, e a saúde tem um papel importante para tratar os agravos decorrentes da situação de violência, que ocorrem na saúde mental também”, destaca a psicóloga Marcela Novais Medeiros, integrante do Cepav Violeta.

Como funciona

Quando o profissional de saúde, independentemente do serviço acessado pela pessoa, identifica uma possível situação de violência, ele faz uma notificação anônima, enquanto outros Cepavs operam, fazendo a busca ativa do caso – além do encaminhamento a outros serviços da rede.

Por meio das notificações, é possível contatar as vítimas e oferecer o serviço especializado de ajuda. “Já tivemos casos de, mesmo não havendo uma adesão inicial, as mulheres procurarem o serviço meses ou anos depois, após se perceberem em situação de violência”, relata a psicóloga.

Campanhas

Em 2022, houve 4.644 notificações de violência contra mulheres da faixa etária de 20 a 59 anos, incluindo tentativas de suicídio.  A população conta com campanhas do GDF para romper esse ciclo de violência e tirar a vítima desse contexto. Ao longo do ano, há várias campanhas alusivas ao tema.

Muitas vezes os centros passam a ser a porta de entrada para a pessoa em situação de violência que busca atendimento na própria unidade de saúde. É importante que os familiares, amigos e outros profissionais que conhecem a história da vítima ajudem com informações, indicando os locais de atendimento, além de ajudar para que a pessoa saia dessa condição.

“Quando alguém passa por uma situação de violência, é muito comum que fique anestesiada, como mecanismo de defesa para a manutenção da sua integridade”, pontua Marcela Medeiros. “As pessoas que estão de fora têm esse papel de dizer que não é normal, que aquilo é uma violência, ajudá-la a nomear. Essa sensibilização é importante para que a própria vítima aceite ajuda e uma intervenção.”

A psicóloga sinaliza que esse é o primeiro passo para buscar uma ajuda profissional, tanto no sistema de saúde quanto no de justiça, importantes agentes no cuidado da vítima e na responsabilização do autor da violência.

Confira aqui os locais e horários de funcionamento das unidades do Cepav e saiba onde e como buscar ajuda.