Rebeca Andrade da Silva, que tem a doença osteogênese imperfeita, completou 18 anos durante internação e foi autorizada pela direção do HBDF a reencontrar Chloé, uma yorkshire de 3 anos
“Permitir essa visita não é apenas sobre manter uma paciente feliz; é sobre nutrir o espírito e promover um ambiente de cura”Rute Silveira, psicóloga da UTI Pediátrica do Hospital de Base
A psicóloga da UTI Pediátrica, Rute Silveira, explica: “A conexão profunda entre Rebeca e Chloé é um exemplo notável de como a presença de um animal de estimação pode ser terapêutica e reconfortante, especialmente em tempos de adversidade. Permitir essa visita não é apenas sobre manter uma paciente feliz; é sobre nutrir o espírito e promover um ambiente de cura”, conclui a especialista.
Desde a infância, Rebeca sempre desejou ter um animal de estimação, mas sua condição, que atualmente a mantém com 92 centímetros de altura e 25 kg de peso, tornou isso um desafio. Ela teve um hamster e passarinhos até ganhar a labradora Mel. Rebeca e Mel compartilharam dias felizes até que a Mel cresceu e precisou ser afastada devido ao risco de acidentes.
No entanto, há três anos, Rebeca ganhou de presente a Chloé, de raça de pequeno porte, e desde então, elas têm sido inseparáveis. As separações durante internações anteriores foram momentos difíceis para ambas. O tão esperado reencontro entre Rebeca e Chloé não apenas levou alegria à jovem, mas também um ânimo adicional para a recuperação, lembrando a todos da força que a união entre humanos e animais de estimação pode proporcionar em momentos desafiadores.
“Cada dia que nos encontramos é um lembrete de que a resiliência pode superar qualquer obstáculo. Estou imensamente orgulhosa da Rebeca e honrada em fazer parte deste caminho”Fernanda Rocha, terapeuta ocupacional
Caçula de três irmãos, Rebeca é filha de um pastor batista e de uma educadora religiosa. Apesar das adversidades impostas pela doença, ela mantém uma vida normal e radiante. Adora estudar, cantar e se maquiar, frequentando regularmente a Igreja. Seu sonho é se formar em programação digital, conforme revelou a mãe dela, Corina Rejane.
A mãe de Rebeca ressalta o quanto a filha é especial. “A Rebeca é como um anjo que trouxe uma imensa quantidade de luz, força e alegria para toda a nossa família. Mesmo enfrentando desafios com a condição de ossos de cristais, a coragem e a determinação dela são uma inspiração para todos nós. Estamos incrivelmente abençoados por tê-la em nossas vidas, e ela é um lembrete constante de como a verdadeira beleza está na força interior e na capacidade de espalhar amor.”
Conforme a terapeuta ocupacional Fernanda Rocha, a estadia da Rebeca é um testemunho da incrível força e determinação que ela carrega consigo. “Cada dia que nos encontramos é um lembrete de que a resiliência pode superar qualquer obstáculo. Estou imensamente orgulhosa da Rebeca e honrada em fazer parte deste caminho.”
Também conhecida como doença dos ossos de vidro ou cristal, a osteogênese imperfeita é uma condição genética rara que afeta a qualidade dos ossos e torna o paciente mais propenso a fraturas frequentes, muitas vezes com traumas mínimos.
Essa condição é causada por mutações nos genes responsáveis pela produção de colágeno, uma proteína essencial para a resistência dos ossos. Como resultado, os indivíduos com osteogênese imperfeita podem experimentar uma variedade de sintomas, que vão desde fraturas ósseas recorrentes até deformidades esqueléticas.
A gravidade da osteogênese imperfeita varia de pessoa para pessoa, com alguns casos sendo mais brandos, enquanto outros podem ser mais debilitantes. Embora não haja cura para essa condição, tratamentos médicos e terapias físicas podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e a resistência dos ossos. O apoio emocional e a conscientização pública são igualmente importantes para indivíduos com osteogênese imperfeita, já que eles enfrentam desafios únicos e podem se beneficiar de uma comunidade de apoio solidária.