Com o apoio da Emater, produtores locais contribuem para o aquecimento do mercado, que registrou em 2022 um aumento de 10,4% na densidade cervejeira do país
O Distrito Federal tem se destacado como um polo promissor no cenário da produção de cervejas artesanais, aquecendo um mercado que ganha cada vez mais espaço e reconhecimento. Cervejeiros locais vêm conquistando paladares e ampliando operações impulsionados pelo apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF (Emater-DF).
“Nosso trabalho é dar suporte aos produtores, fornecer ideias para poder diversificar a sua produção e conectá-los a outros produtores rurais, que podem atuar no fornecimento dos insumos da cerveja” – Fábio Roberto Costa, extensionista da Emater-DF
Dados do Ministério da Agricultura e Pecuária/Secretaria de Defesa Agropecuária (Mapa) apontam que a capital federal tem 17 cervejarias artesanais em operação – uma a cada 182 mil habitantes. De acordo com o governo federal, o setor cervejeiro cresceu 11,6% em 2022, com a abertura de 180 novos estabelecimentos, totalizando 1.729 cervejarias em atividade.
Fábio Roberto Costa, extensionista rural da Emater, explica que a função da empresa é atuar na integração de diferentes áreas para fortalecer a cadeia produtiva da cerveja artesanal. A assistência técnica oferecida abrange desde a seleção de insumos até a orientação na gestão dos negócios.
“Nosso trabalho é dar suporte aos produtores, fornecer ideias para poder diversificar a sua produção e conectá-los a outros produtores rurais, que podem atuar no fornecimento dos insumos da cerveja”, detalha o servidor. “Nós também atuamos abrindo o mercado para esses novos cervejeiros nas feiras que promovemos e para dar amplitude para que eles consigam expor seu produto, mostrar o seu trabalho.”
Produtores
Um dos produtores atendidos pela Emater é José Roberto Moreira, dono da cervejaria O Trombudo, no Núcleo Rural Lago Oeste, em Sobradinho. “A Emater, desde o início ,tem me ajudado bastante”, conta. “Eles me ajudaram na própria construção da cervejaria, na elaboração do projeto, estrutura e localização dele. Eles também têm me ajudado muito na busca de produtos locais que posso utilizar nas minhas cervejas”.
O empresário iniciou a empreitada recentemente e, com o apoio da empresa, já começa a colher os frutos de sua produção. “Eu ainda estou muito no início, mas temos tido boas vendas, e a aceitação está muito boa”, afirma. “O pessoal gosta muito da minha cerveja, então muita gente vem aqui para tomar essa cerveja, que é diferenciada e usa produtos locais na sua confecção”.
Leandro Gontijo é outro produtor de cervejas referência no DF, e, segundo ele, boa parte da projeção obtida com a marca Gont’s se deu graças ao incentivo da Emater no mercado produtivo local: “Com a ajuda deles, muitas cervejarias do DF ganham recomendações, as pessoas ficam sabendo sobre a existência das cervejarias e acabam vindo visitar. Muitas pessoas acreditam que o DF só tenha cervejarias gigantes, mas existe toda uma cadeia mais artesanal; e, quando há esse fomento ao turismo, fica muito mais fácil as pessoas tomarem conhecimento das cervejarias menores”.
Mercado em expansão
Atualmente, o Brasil ocupa o posto de terceiro maior produtor de cerveja do mundo, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. O Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (Sindcerv) calcula que, em 2023, o país registrou volume de vendas de 16,1 bilhões de litros, um crescimento de 4,5% em relação a 2022.
De acordo com o Mapa, há, atualmente, uma cervejaria registrada para cada 123.376 brasileiros. A marca representa um aumento de 10,4% na densidade cervejeira do país, que em 2021 era de 137.713 habitantes para cada estabelecimento.
Em 2022, as cervejarias brasileiras contabilizaram 42.831 produtos registrados de 54.727 marcas. Houve um crescimento de quase 20% em relação ao registro de novas cervejas, simbolizando um aumento de 7.090 rótulos.