Segundo especialistas, a doença afeta entre 2% a 4% da população mundial, e está ligada principalmente a fatores genéticos


A escoliose, uma deformidade da coluna vertebral que leva a uma tortuosidade da mesma, é um problema que atinge várias faixas etárias, principalmente os adolescentes.  Segundo especialistas, a doença afeta entre 2% a 4% da população mundial, e surge principalmente nessa idade, manifestando-se em cerca de 90% como escoliose idiopática, o tipo mais comum da doença.

Muitas vezes, os pais ou responsáveis associam o surgimento da escoliose ao uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como celulares, computadores e videogames. No entanto, o Dr. José Humberto, cirurgião de coluna do Grupo Spine afirma que, ao contrário do que muitos acreditam, a escoliose está mais ligada a fatores genéticos do que a má postura. “Estudos mais recentes sugerem que a escoliose pode estar relacionada a alterações genéticas que desencadeiam esse desvio. O risco de desenvolver a doença aumenta consideravelmente se houver parentes de primeiro grau com a deformidade.”

Embora o uso de eletrônicos não seja um fator de risco, ainda assim pacientes com escoliose precisam estar atentos a esse vício. “O que podemos perceber na prática é que o uso excessivo de eletrônicos contribui para uma postura inadequada, tornando a deformidade mais visível. É importante destacar também que isso é uma consequência da má postura, e não necessariamente indica que esteja ocorrendo uma piora da doença”, explica o ortopedista. O uso de mochilas pesadas também podem agravar a má postura e causar dores nas costas.

Identificar a escoliose nos estágios iniciais pode ser um desafio para os pais, uma vez que a deformidade se desenvolve gradualmente ao longo de meses. “Sinais importantes como ombros desnivelados, cintura assimétrica, bacia desnivelada e uma das escápulas proeminente devem ser levados em consideração. Ao perceber esses sinais, procure um médico especialista a fim de confirmar o diagnóstico e determinar o grau exato da escoliose.”

O diagnóstico precoce é crucial para minimizar as consequências futuras da escoliose. Não apenas evita a progressão da condição, mas também permite identificar casos cirúrgicos mais cedo, facilitando uma correção mais eficaz da deformidade com menor risco de complicações. “Uma ferramenta simples e eficaz para o diagnóstico precoce da escoliose é o teste de Adams. O teste envolve curvar o tronco para frente e observar a assimetria da caixa torácica e/ou da região lombar, ou seja, se um dos lados das costas fica mais alto que o outro. Os resultados podem ser percebidos mesmo por pessoas leigas na área da saúde, e caso isso ocorra, deve-se encaminhar a criança ou adolescente para a avaliação detalhada de um especialista em patologias e cirurgia de coluna, sobre a provável escoliose”, orienta o especialista.

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