Especialistas alertam para os riscos do uso impróprio, que pode causar dores e até mesmo escoliose

Práticas comuns do dia a dia podem evitar lesões e dores em crianças e em adultos. O exagero em carregar quase tudo que precisa ao longo do dia, as mochilas têm se tornado cada vez mais pesadas. E, o uso delas pode trazer riscos, se não forem adotados alguns cuidados.

Fisioterapeuta e coordenadora do curso de Fisioterapia da Estácio Brasília, Débora Cangussu explica que o uso indevido de peso pode levar crianças e adultos a sentirem dores e até mesmo a desenvolver escoliose, em muitos casos.

“Com o passar do tempo, podem surgir sintomas como dor lombar e cervical, além de alterações posturais como escoliose e cifose, esta última caracterizada por um aumento acentuado da curvatura torácica. Essas condições podem evoluir para degeneração dos tecidos da coluna e inflamações musculares”, explica o fisioterapeuta.

Diante dos riscos que o uso incorreto de mochilas traz, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que, para pessoas de seis a 18 anos, o ideal é que o equipamento tenha, no máximo, 10% do peso corporal. Ou seja, no caso de um adolescente que pesa 50 quilos, a mochila não pode ter mais de 5 quilos.

Para a acadêmica do curso de Fisioterapia Ana Beatriz Madeira Flores, que estuda sobre o tema “A escoliose é caracterizada por um desvio da coluna vertebral ocasionado por uma curvatura anormal para um dos lados do tronco, devido a rotação das vértebras. Enquanto a coluna vertebral normalmente é alinhada e reta, na presença da escoliose, ocorre uma curvatura em forma de “C” ou “S”, o que pode resultar em dificuldades para o indivíduo. Importante diagnosticar e tratar precocemente a escoliose para prevenir complicações e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Para prevenir possíveis problemas, a professora da Estácio dá algumas dicas para quem não abre mão do uso da mochila no dia a dia. “É ideal carregar a mochila utilizando as duas alças nos ombros, evitando o uso de apenas uma alça. E de preferência, optar por mochilas com alças largas e confortáveis. Também é importante carregar apenas o necessário no dia a dia, evitando excessos”, orienta.”

O tamanho da mochila, por exemplo, deve seguir até a altura do quadril e com a regulagem das alças. “Com isso, não deve ser muito grande em relação ao tamanho da criança, principalmente”, afirma.

As crianças têm sempre uma boa opção que são as mochilas de rodinha. Mas, atenção, elas devem ter a haste comprida o suficiente para que a criança não precise encurvar o corpo quando estiver puxando-a.

Atenção redobrada, pois o uso inadequado pode causar problemas posturais. A mochila não é o vilão dos problemas de postura e, sim, a forma como as pessoas costumam usá-la.