Entenda o que são as substâncias per e polifluoroalquil (PFAS) e qual a importância de práticas rigorosas na coleta de amostras de água e efluentes para garantir a saúde da população


O especialista de Produtos de Saneamento e Aquicultura da Clean, Fábio Fontana Rogério, explica que os PFAS são substâncias químicas artificiais, presentes em itens domésticos como panelas antiaderentes, vestuário, cosméticos, pesticidas e embalagens de alimentos, além de serem usados em espumas de combate a incêndios.

“Embora ofereçam benefícios, como resistência à água, óleo, calor e manchas, proporcionando produtos mais duráveis e eficazes, os PFAs têm um aspecto negativo: não se degradam após serem introduzidos no ambiente ou no organismo.”

Por que elas são um perigo oculto para a saúde pública? 

Pesquisas ligam a exposição a PFAS a problemas de saúde, incluindo câncer, enfraquecimento do sistema imunológico, problemas de fertilidade e outras complicações. Um estudo internacional, liderado pela University of New South Wales (UNSW) na Austrália e publicado na revista Nature Geoscience, investigou a contaminação por substâncias conhecidas como PFAS em águas superficiais e subterrâneas.

Este estudo, que revelou que muitas dessas fontes de água ultrapassam os limites seguros para esses compostos, analisou dados de contaminação por PFAS de todo o mundo ao longo de aproximadamente 20 anos. Entre os resultados, notou-se que os vestígios de PFAS são comumente localizados em represas, e não necessariamente em água potável final, que normalmente passam por tratamentos para reduzir estes contaminantes. Além disso, houve um alerta em relação à falta de monitoramento constante em muitos sistemas de abastecimento.

“Essas substâncias podem ser absorvidas através do consumo de água e alimentos contaminados, e até pelo ar que respiramos. Devido à sua presença em produtos como panelas antiaderentes, embalagens de alimentos, roupas, repelentes de água e produtos de higiene pessoal, a exposição ao PFAS é quase inevitável. Além disso, as pessoas que vivem próximas a indústrias que utilizam PFAS, bem como os trabalhadores dessas fábricas e comunidades que dependem de águas subterrâneas, acabam se tornando, naturalmente, os mais vulneráveis”, comenta o especialista.

O que pode ser feito para um melhor controle

Para controlar a presença destes compostos e evitar a contaminação cruzada, a coleta de amostras de PFAS deve ser realizada com materiais específicos. Equipamentos apropriados e procedimentos rigorosos também são cruciais para garantir a precisão dos testes, sendo os mais indicados os amostradores automáticos da Teledyne Isco, empresa americana, com produtos disponíveis no Brasil. É recomendado, também, o uso de luvas de nitrila sem pó e frascos de polietileno de alta densidade (HDPE).

Fabio finaliza dizendo que no Brasil há trabalhos científicos que indicam a biocumulação de PFOSF [um tipo de PFAS] por aplicação de sulfluramida em culturas agrícolas. “Sabe-se que existe um movimento para criação de legislação específica para delimitação do uso e definição de limites de concentração em matrizes ambientais, mas ainda é preciso aguardar”.

A Clean Environment Brasil está na vanguarda desse movimento de proteção à saúde pública, fornecendo equipamentos e tecnologias para garantir o monitoramento de qualidade de água.

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