Entre as principais preocupações, estão o uso de impressões digitais e reconhecimento facial


A preocupação com dados biométricos afeta diretamente 60% dos usuários de Internet no Brasil, segundo a pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br). Entre as principais preocupações, estão o uso de impressões digitais e reconhecimento facial, tecnologias que geram apreensão em 86% e 82% dos entrevistados, respectivamente.

O levantamento, que faz parte da 2ª edição da pesquisa “Privacidade e proteção de dados pessoais”, demonstra como o crescimento do uso de dados biométricos em setores como instituições financeiras, órgãos governamentais e transportes públicos impacta diretamente a percepção de segurança dos usuários. As instituições financeiras lideram as preocupações, com 37% dos entrevistados afirmando que estão “muito preocupados” e outros 36% “preocupados” ao compartilhar seus dados biométricos.

Impressões digitais e reconhecimento facial são as maiores preocupações

O reconhecimento facial e as impressões digitais são as formas de biometria que mais preocupam os brasileiros. Isso ocorre em um contexto de crescimento da implementação dessas tecnologias em diversos setores. Com a ampliação do uso de sistemas que exigem dados biométricos, a sensação de vulnerabilidade dos usuários aumentou.

Essa preocupação também está presente no fornecimento de dados para realizar compras online e acessar aplicativos de bancos. Nesses casos, 29% dos brasileiros estão “muito preocupados” com o uso de dados em sites de compras, enquanto 25% manifestam a mesma apreensão em aplicativos bancários.

Organizações e a adequação à LGPD

A pesquisa também revela que as empresas têm avançado na adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). Entre 2021 e 2023, a proporção de empresas que armazenam dados biométricos passou de 24% para 30%. Ao mesmo tempo, o número de empresas que realizaram ajustes em seus contratos para se adequar à LGPD também aumentou, especialmente nas de grande porte.

No entanto, ainda existem desafios, principalmente entre as pequenas empresas. A nomeação de um encarregado de dados, por exemplo, ainda é uma ação pouco comum entre elas, o que pode indicar um atraso na implementação de boas práticas de proteção de dados.

Diferenças entre o setor público e privado

No setor público, as disparidades são ainda maiores. Embora 83% dos órgãos federais tenham nomeado um encarregado de dados em 2023, esse número cai para apenas 21% entre as prefeituras brasileiras. Essa diferença reflete a desigualdade nas medidas de proteção de dados entre diferentes esferas de governo e instituições.

Além disso, a pesquisa destaca a disparidade entre estabelecimentos de saúde públicos e privados. Enquanto 57% das unidades privadas implementaram campanhas de conscientização sobre a LGPD, apenas 28% das unidades públicas fizeram o mesmo. Esses dados evidenciam a necessidade de um esforço maior em setores essenciais para garantir a proteção dos dados dos cidadãos.

Para conferir os indicadores da pesquisa na íntegra, acesse https://cetic.br/pt/publicacao/privacidade-e-protecao-de-dados-2023/. Reveja também o painel de lançamento do estudo em https://www.youtube.com/watch?v=odQZ9ospfPQ.