Alunos conferiram seis curtas-metragens, sendo dois feitos por eles mesmos, após uma oficina de audiovisual; mostra Febrafe conta com recursos da Lei de Incentivo à Cultura


Estudantes da rede pública de ensino participaram, nesta terça (5) e quarta-feiras (6), do Festival Brasileiro de Filmes de Entretenimento (Febrafe), no Teatro Sesc Ary Barroso, na 504 Sul. Na terça, estiveram presentes o Centro de Ensino Médio (CEM) 12 de Ceilândia e o Centro de Ensino Fundamental (CEF) 2 do Guará. Já nesta quarta, foi a vez dos alunos do Centro Educacional (CED) 15 de Ceilândia.

O evento, que conta com fomento da Lei de Incentivo à Cultura (LIC) do Distrito Federal, começou na última segunda-feira (4) e termina nesta quarta, com exibição de 18 produções — entre curtas e longas-metragens — em diferentes mostras. As que os estudantes conferiram foram a Cinema Livre e a Faça!Filme!, esta última conta com produções dos próprios alunos do CED 15, feitas após uma oficina que ocorreu em setembro.

“O principal desse projeto [o Faça!Filme!] são as oficinas, em que a gente oferta oportunidades tanto para pessoas com mais de 18 que queiram entrar no mercado audiovisual quanto para estudantes do ensino médio, na imersão audiovisual nível juvenil. A gente faz os alunos participarem dessa imersão. Eles aprendem sobre cinema, produzem um curta-metragem e aí a gente faz o evento de estreia”, explicou o diretor executivo do Febrafe, Vittor Pinheiro. “É um projeto muito pessoal, porque eu vim de onde esses meninos vieram, eu vim das escolas públicas e desses projetos de ensino de audiovisual”, acrescentou.

O secretário de Cultura e Economia Criativa do DF, Claudio Abrantes, ressaltou a importância do apoio público a iniciativas como essa. “É com satisfação que a Secretaria de Cultura apoia o Festival Brasileiro de Filmes de Entretenimento por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC). Esse é um dos mecanismos de fomento, mediante o apoio à produção e difusão da arte em parceria com a iniciativa privada, por meio da isenção fiscal. O objetivo é estimular a realização de projetos culturais, a diversificação das fontes de financiamento da cultura no Distrito Federal, o fortalecimento da economia criativa e a ampliação do investimento de capital privado na área cultural.”

Produções

Nesta quarta, os alunos do CED 15 conferiram três curtas brasilienses — Super heróis, Fuga sob Céu Claro e O Precioso, um Queijo Extravagant — e um mineiro — Sacis. Eles também puderam ver na tela grande duas produções feitas na própria escola: Sol vai o quê?! e A Última Noite.

Thayna Mayla, 17 anos, foi a diretora de Sol vai o quê?! e contou ter se interessado mais por cinema após as oficinas do projeto: “Eu tinha interesse em fotografia, mas na área mesmo de cinema não. Aí, quando surgiu a oportunidade e o professor falou sobre o projeto, eu pensei ‘vou experimentar, fazer uma coisa diferente’. E eu achei interessante, gostei bastante”.

Arthur Lima, 18, só reforçou a paixão pela sétima arte — que pretende, inclusive, transformar em profissão. “Eu adoro cinema, amo cinema, quero levar isso para minha vida. Então, estar podendo estudar isso, para mim pelo menos, foi muito bom”, apontou o diretor de A Última Noite. Já John Luca, 17, que atuou no longa, celebrou a oportunidade de ver a obra na tela do Teatro Sesc Ary Barroso: “Foi gratificante. Meu primeiro projeto passando em um lugar com um monte de gente assistindo foi muito bom”.