Meta é produzir medicamentos fitoterápicos para complementar diversos tratamentos de usuários da rede pública de saúde


Nem todo mundo sabe, mas a Secretaria de Saúde (SES) possui quatro hortos medicinais na rede de unidades da pasta. Foram criados com o objetivo de cultivar plantas que serão utilizadas em procedimentos de saúde, visando agregar fitoterápicos para complementar o tratamento de usuários da rede pública.

Os quatro hortos medicinais funcionam na Unidade Básica de Saúde 1 do Lago Norte, na Casa de Parto (São Sebastião) e nas farmácias vivas do Riacho Fundo e do Centro de Referência em Práticas Integrativas (Cerpis), em Planaltina.

 

“O objetivo dos hortos medicinais é promover bem-estar, educação em saúde, cultura de paz, mas, acima de tudo, poder ofertar plantas medicinais como recursos terapêuticos seguros e saudáveis para melhoria da qualidade de vida da população do Distrito Federal, reforçando nossa defesa pelo Sistema Único de Saúde”, explica médico de família e comunidade Marcos Trajano, referência técnica distrital (RTD) de fitoterapia.

 

O cultivo biodinâmico de introduzir plantas medicinais em agroflorestas é o embrião do Programa Distrital de Plantas Medicinais, que visa expandir os hortos medicinais para todas as sete regiões de saúde, com a meta de implantar 15 novos hortos até o fim de 2022. Atualmente, 39 unidades já entraram com o processo para a implantação dos hortos medicinais. Até 2024, a intenção é ter 40 unidades em toda a rede.

De acordo com Trajano, os hortos medicinais da UBS 1 do Lago Norte, do Cerpis de Planaltina e da Casa de Parto oferecem as plantas medicinais cultivadas para os pacientes, a partir de prescrições de profissionais habilitados.

Um dos quatro hortos medicinais do DF, no da UBS 1 do Lago Norte são cultivadas mais de 80 espécies de plantas

“Aqui podemos indicar uma planta medicinal para o tratamento de determinadas doenças. Às vezes, será mais acessível e eficaz para o paciente fazer o chá de determinada planta, especialmente quando não há disponibilidade de outra opção de remédio. Na Casa de Parto, cultivamos plantas medicinais que auxiliam no processo de recuperação no pós-parto”, exemplifica.

Na UBS 1 do Lago Norte são cultivadas mais de 80 espécies de plantas medicinais diferentes. Além de incentivar serviços ambientais, essa atividade ampliará o conjunto de cultivos no Distrito Federal, promovendo cultura de paz por meio da cooperação entre servidores, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), ampliando o escopo de ofertas da SES.

O cultivo biodinâmico de plantas medicinais em agroflorestas é fruto do desenvolvimento tecnológico entre diversos setores da SES, com participação de entidades da sociedade civil, fundações públicas federais, entidades tecnológicas do DF e universidades de outras unidades federativas.

Uso de plantas medicinais

Apesar de agregar as plantas cultivadas nos hortos medicinais em tratamentos de usuários do sistema de saúde, a produção ainda é insuficiente para atender toda a população do DF. Mesmo assim, em três dos quatro hortos, é feita a entrega da planta fresca aos próprios usuários, mediante prescrição.

Já a produção de medicamentos fitoterápicos ocorre somente nas farmácias vivas do Riacho Fundo, que distribuem para 25 UBSs, e na do Cerpis de Planaltina, que distribui dentro da Região Norte de Saúde.

A Farmácia Viva do Riacho Fundo tem a capacidade de produção anual de 30 mil medicamentos. Hoje, são utilizadas oito plantas medicinais para a fabricação de 13 fitoterápicos que estão cadastrados na Relação de Medicamentos (Reme). Na do Cerpis, em Planaltina, onde são promovidas atividades educativas abertas à população, além de se cultivar, colher, manipular e distribuir os fitoterápicos, é feita também a entrega de plantas frescas.

*Com informações da Secretaria de Saúde