A iniciativa teve o objetivo de apresentar novas oportunidades de negócios, tendências de mercado e experiências de transformação
Cinco estudantes do Serviço Social da Indústria do Distrito Federal (Sesi-DF) venceram o primeiro hackathon 5G do Brasil, realizado durante o evento 5G Weekend, de 16 a 18 de setembro, no Parque Tecnológico de Brasília – Biotic. A iniciativa, da Giant Inovação, teve o objetivo de apresentar novas oportunidades de negócios, tendências de mercado e experiências de transformação com a chegada da nova tecnologia.
Na maratona, a proposta era criar soluções com 5G em uma das oito trilhas apresentadas pela organização: cidades/casas inteligentes; saúde; educação; indústria; varejo/comércio; segurança; realidade virtual/realidade aumentada e eficiência enérgica (água/energia).
Sete equipes iniciaram o desafio e quatro seguiram até o fim. Foram 48 horas para trabalhar a apresentação da ideia e um protótipo para exibir aos jurados no domingo (18). A equipe vencedora, Bonoh, levou ao palco o projeto Saelo, que consiste no monitoramento remoto de animais de estimação.
Por meio de um sistema conectado à internet, tutores podem controlar a reposição de comida e água. Além disso, há uma cama para o bicho de estimação, que poderá ser aquecida e que reproduzirá o monitoramento cardíaco do humano, de forma a confortar o animal enquanto ele estiver sozinho.
“Assim, ele vai ter sensação de segurança. Isso vai fazer com que a pessoa se sinta mais tranquila e o animal não corra o risco de ter a síndrome de ansiedade de separação, que é quando ele começa a ter comportamentos avessos aos que os tutores apoiam, como uma conduta de fazer as necessidades no lugar certo”, explica a aluna Victória Resende, de 16 anos, que cursa a 2ª série do Novo Ensino Médio e fez a apresentação da ideia aos jurados.
Pelo primeiro lugar na competição, o grupo receberá R$ 2,5 mil. Ao serem chamados ao palco para receber o certificado de premiação, os cinco estudantes comemoraram e comentaram sobre a experiência. Júlia Gabrielly Neiva, de 17 anos, que está na 3ª série do Novo Ensino Médio e foi uma das responsáveis por apresentar o protótipo da ideia, aproveitou o momento para destacar o apoio dos docentes no processo. “Quero fazer um agradecimento especial aos professores do Sesi, que sempre acreditaram em nosso potencial”, disse.
A segunda e a terceira colocações ficaram com equipes formadas por profissionais de tecnologia, que apresentaram, respectivamente, projetos para facilitar a identificação de produtos permitidos para diabéticos e de inteligência de gestão de tráfego.
A equipe Ises, também do Sesi-DF, desenvolveu uma solução com base em colorimetria, que, ao analisar o tom da pele de uma pessoa, sugere as melhores paletas de cores para ela. A ideia é que a tecnologia apresentada também permita experimentar e comprar roupas por meio da plataforma.
“Trouxemos muitas ideias e aplicações. O nosso projeto utiliza, por exemplo, modelagem 3D, que a gente não sabia muito, mas sabia o básico graças à robótica ensinada na escola”, destaca o aluno da 2ª série do Novo Ensino Médio Natan Vanique, de 16 anos, sobre como a experiência em atividades escolares contribuiu no desenvolvimento das ideias do hackathon. Ele apresentou a parte teórica do projeto aos jurados. Apesar de não terem subido ao pódio, os integrantes da equipe comemoraram juntos a vitória dos colegas. Tanto a equipe Ises quanto a equipe Bonoh são formadas por alunos do Sesi/Senai Sobradinho.
Educação que vai além
O convite para a participação de alunos do Sesi-DF no hackathon ocorreu durante uma visita de estudantes da instituição ao Biotic para a gravação de conteúdo para o desafio Inspira Tech, promovido pelo Ministério da Educação, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
“Falamos com eles como se estivéssemos falando com fundadores de startups. É a mesma linguagem, a mesma maturidade. Foi sensacional a participação!”, destaca a gerente de Comunidade da Giant Inovação e cofundadora do 5G Weekend, Eliane Vallim.
Além de estudantes na competição, o Sesi-DF participou com alunos das três escolas da rede — Gama, Sobradinho e Taguatinga — em um estande que apresentou projetos de robótica e de educação tecnológica desenvolvidos na escola.
Diretora da escola Sesi/Senai Sobradinho, Elisângela Machado acompanhou as apresentações e vê a desenvoltura dos alunos no evento como reflexo do dia a dia em sala de aula. “Tudo é fruto do que eles aprendem na escola, das situações que eles vivenciam durante torneios que eles participam, de apresentações e de projetos de pesquisa. Nós trabalhamos o nosso estudante para o mundo do trabalho e para a vida”, explica.
“Quando ele se vê em um ambiente como esse, ele começa a pensar em oportunidades, que pode ser incentivado por uma empresa e que alguém pode perceber o talento e o potencial dele e acreditar no trabalho. O estudante sai com um diferencial para que possa ser contratado mais rápido ou então se envolver mais ainda com as tecnologias”, completa Elisângela.