O macho Macau e a fêmea Saráe agora estão juntos e a expectativa é que em breve a família aumente


O macho Macau e a fêmea Saráe, duas ariranhas com oito anos de idade, dividem agora o mesmo espaço. A tão aguardada união ocorreu nesta terça-feira (1º), sob a supervisão da Diretoria de Mamíferos do Zoológico de Brasília. A interação, segundo o diretor da área, o biólogo Filipe Reis, é que em cerca de 70 dias nasça um filhote dessa união.

 

“Todo o manejo com as ariranhas foi feito pensando, em primeiro lugar, no bem-estar e na conservação dos animais. Essas são as palavras-chaves de um zoológico moderno e isso deve ser prioritário dentro da visão institucional” – Filipe Reis, diretor de Mamíferos do Zoológico de Brasília

 

A ariranha macho chegou a Brasília há três anos, vinda da Alemanha, e a fêmea foi doada pelo Aquário de São Paulo em setembro deste ano. O nome científico da espécie é Pteronura brasiliensis.

Para que tudo desse certo na união entre Macau e Saráe, o entrosamento aconteceu aos poucos. “Durante a quarentena da fêmea, enquanto ela passava por uma avaliação comportamental e de saúde, ficou em um recinto próximo ao do macho, sendo possível que um sentisse o cheiro e a vocalização do outro. Isso já é um processo de aproximação. Com o passar do tempo, percebemos que estava tudo certo, inclusive com os exames, e hoje soltamos os dois juntos”, explicou Filipe Reis.

“Todo o manejo com as ariranhas foi feito pensando, em primeiro lugar, no bem-estar e na conservação dos animais. Essas são as palavras-chaves de um zoológico moderno e isso deve ser prioritário dentro da visão institucional”, destacou o diretor de Mamíferos.

O primeiro dia juntos serviu para que os animais se conhecessem. Macau, que antes nadava sozinho no tanque, agora corre para todos os lados com Saráe. No início da tarde, os dois esperavam ansiosos pela refeição de peixes, que foi saboreada rapidamente. Pela interação dos animais, a expectativa é que o acasalamento aconteça em breve.

“Nosso macho veio da Alemanha, chegou em 2019, e a fêmea em outubro deste ano. Ela passou por uma quarentena e a nossa expectativa é a reprodução dentro do Programa Nacional para a Conservação da Espécie. A ideia é contribuir para que essa espécie não desapareça na natureza no futuro”, disse Filipe Reis.

O diretor de Mamíferos explicou que as ariranhas eram ameaçadas de extinção devido ao alto preço de sua pele, e hoje a ameaça se dá pela perda de habitat e a alta exploração de peixes nos rios, o que acarreta a escassez de alimento.

O Zoo de Brasília é o maior reprodutor de ariranhas do Brasil, com mais de 60 nascimentos. Segundo Filipe Reis, isso se dá devido ao trabalho feito com ariranhas desde o início da instituição, o que aumentou a experiência do Zoo.

“Uma das questões que faz muita diferença aqui são os nossos recintos, que permitem que os animais possam expressar seus comportamentos naturais, como se reproduzir em tocas. São pequenos detalhes, cuidados com o dia a dia. Os animais do zoológico de Brasília são condicionados a fazer acompanhamento de saúde, como exames de sangue, sem a necessidade de contenção”, destacou.