Governo prepara ações de fiscalização do DF Legal e da Vigilância Sanitária, enquanto empresários buscam adotar protocolos de segurança

 

A reabertura de bares e restaurantes no Rio de Janeiro foi marcada por imagens de pessoas sem máscaras e grandes aglomerações. Cenas avessas às condições estabelecidas para o regresso seguro da atividade durante a pandemia do novo coronavírus. O episódio acendeu o alerta no Distrito Federal. Empresários e o Executivo local se preparam no sentido de evitar que o mesmo se repita na capital do país.

 
Na capital federal, os estabelecimentos poderão reabrir em 15 de julho. Antes mesmo do retorno, já houve confusão em um bar que funcionava ilegalmente durante a pandemia. O deputado estadual pelo Rio de Janeiro Alexandre Knoploch (PSL) atirou no pé de um advogado de 39 anos em Brasília, na madrugada de quinta-feira (2/7), em frente ao local, que está situado na Asa Sul. O lugar burlou o isolamento imposto pelo governo do DF e abriu as portas.

O político alegou legítima defesa e, partiu dele a iniciativa de procurar as forças policiais para registrar ocorrência. O advogado passou por cirurgia no Hospital de Base. A Polícia Civil investiga o caso.

Fiscalização será chamada

Para o presidente do Sindhobar, não haverá dificuldades no cumprimento das regras impostas pelo Poder Público para que bares e restaurantes brasilienses voltem a funcionar. Ele lembra que grande parte dos bares cariocas serve os clientes nas ruas, enquanto a maioria das casas do DF atende as pessoas dentro do estabelecimento. Mesmo assim, segundo Jael Antônio da Silva, o sindicato fará campanha de conscientização de bares, restaurantes e público.

“A responsabilidade é dividida por todos. Se ocorrer qualquer infração, nós vamos chamar a fiscalização”, assegurou.

Do ponto de vista do proprietário do Bar Responsa, Gustavo Leal, o DF tem condições perfeitas para evitar aglomerações na reabertura dos estabelecimentos. Para retomar as atividades com segurança, o Responsa está ajustando protocolos para clientes e colaboradores. Filas terão espaçamento marcado por fitas e mesas serão distanciadas. “Vamos seguir as recomendações do GDF e organizações sanitárias“, prometeu.

Vidas em primeiro lugar

Por outro lado, o empresário Rodrigo Barata, um dos sócios da Cervejaria Criolina, ainda avalia se retomará as atividades neste momento. O galpão do estabelecimento comporta 300 pessoas. Reduzido pela metade, receberia 150. Mas o empresário ainda pondera qual seria o protocolo seguro de operação.

Vi as imagens do Leblon (RJ). É um assunto delicado mesmo. Pensamos em primeiro lugar na saúde dos nossos clientes e funcionários. Não queremos oferecer risco a ninguém. E temos um público bastante consciente. Nossa ideia é ouvi-los, saber o que o brasiliense tem a dizer sobre o assunto”, comentou.

O proprietário dos restaurantes Caminito Parrilla e Nazo Sushibar, Rafael Lago, lamentou as cenas de aglomeração cariocas. “É ruim para todo mundo. É ruim para a população. É ruim para os empresários”, afirmou. Para Lago, os restaurantes terão mais facilidade de evitar casos semelhantes e implantar todos os protocolos de segurança para a reabertura.

Marcação cerrada

Um dos pontos críticos dessa questão é: o que acontecerá se o público fizer aglomerações em vias e estacionamentos nos arredores de bares e restaurantes brasilienses?

Em parceria com outros órgãos de investigação, o DF Legal vai elaborar programação de monitoramento do setor. A pasta já trabalha na fiscalização e conscientização da população sobre o uso das máscaras, obrigatório no DF. Até 30 de junho, cerca de 68 mil pessoas foram abordadas e 63 multas aplicadas.

Além disso, há cerca de 15 dias, a Vigilância Sanitária do DF elaborou um plano de ação para acompanhar o retorno de várias atividades no DF. Nesse sentido, todos os segmentos econômicos receberam visitas e notas técnicas sobre os procedimentos a serem adotados. A partir da próxima semana, vistorias entrarão em marcha.