O festival irá exibir 22 filmes, produzidos em 13 países de 5 continentes, em que a temática de todos une a sétima arte à gastronomia


Saber de onde vêm e como são produzidos os alimentos, ter consciência de como nossos hábitos afetam o meio ambiente e respeitar as culturas locais são algumas das propostas do Slow Filme – Festival Internacional de Cinema e Alimentação.

O evento acontece até 28 de agosto, no Cine Brasília, na 106 sul, e no Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul, com entrada gratuita.

O festival irá exibir 22 filmes, produzidos em 13 países de 5 continentes, em que a temática de todos une a sétima arte à gastronomia. O projeto, que teve início em 2010 em Pirenópolis, também oferece oficinas, debates, feiras, além do lançamento do livro “Da fome à fome: diálogos com Josué de Castro”.

Abertura

A programação abriu com o discurso de Sérgio Moriconi, professor e crítico de cinema responsável pela curadoria da mostra de filmes.

“O Slow Filme tem essa pegada da alimentação saudável, do incentivo aos pequenos agricultores e às economias locais, da busca pela preservação do planeta. É uma contraposição à homogeneização das coisas por meio de uma conduta alimentar. Hoje em dia, você vai a uma cidade média brasileira, onde quase se perdeu a cultura regional, e você tem choques porque é tudo tão igual, tão globalizado”, disse ele sobre os propósitos do festival.

Sérgio ainda comentou sobre essa ser a 11ª edição: “Quando a gente começou, jamais imaginava que pudesse ter uma continuidade tão longa porque é um assunto muito específico que você pensa que vai se esgotar. Mas com o seguimento do trabalho, a gente foi descobrindo que é inesgotável”

Após a fala do curador, houve um breve discurso do Embaixador da Itália sobre o filme a ser mostrado e a parceria do Festival Festa do Cinema Italiano com o evento. A mostra começou com “Os Caçadores de Trufas”, premiada produção greco-italiana, que acompanha um grupo de idosos em busca da desejada trufa branca de Alba, no Piemonte italiano.

O Festival

O evento também conta com atividades formativas divididas em “Oficinas do gosto” e “Diálogos de cinema, arte e alimentação”. As oficinas abordarão temas como atividade vinícola artesanal da região, projeto de pesquisa com foco nos frutos do cerrado e importância do reconhecimento e o uso criativo das PANCs (Plantas Alimentícias Não-Convencionais).

Essa atividade acontecerá no Espaço Cultural Renato Russo, mediante inscrição para slowfilmefestival@gmail.com.

Já a segunda programação inclui dois debates que serão realizados após as exibições dos filmes, dentro do próprio Cine Brasília, e uma conversa online sobre o encontro da arte com a alimentação, mediada por Jean Marconi, professor e facilitador do Slow Food Cerrado.

Coordenados pelo jornalista Guilherme Lobão, os encontros presenciais irão aprofundar os temas apresentados em “Antes do Prato”, sessão do dia 26 às 20h, e “À procura de mulheres chefs”, exibido no dia 27 às 16h.

No último dia do evento, 28 de agosto, será lançado o livro “Da fome à fome: diálogos com Josué de Castro” às 17h. A obra contém 27 ensaios assinados pelas pesquisadoras Ana Paula Bortoletto e Tereza Campello sobre a volta do país ao Mapa da Fome da ONU, mesmo sendo uma potência agropecuária.

Ainda como parte da programação, a lateral sul do Cine Brasília acolherá uma feira de produtos gastronômicos, orgânicos e artesanais, sob a coordenação da Limonada Project.