Hayane Calaça fala sobre sua experiência em equilibrar as tarefas de mãe e empreendedora


O Brasil se tornou um grande centro de mulheres empreendedoras, segundo uma pesquisa feita pelo SEBRAE com dados do IBGE os números cresceram, e hoje existem mais de 10,3 milhões trabalhando no seu próprio negócio. Nascida em uma família de empresários, Hayane Calaça começou sua trajetória bem nova, logo após terminar o ensino médio aos 18 anos. A jovem ajudava seu pai no balcão da farmácia e em 2007 ela investiu em sua loja de chinelos.

Em 2007 Hayane fundou a marca Mania Brasileira, loja multimarcas. E desde 2009 está à frente do Grupo Hafre, que opera nove franquias da marca Havaianas no DF e GO. A empresária tem visão empreendedora desde muito jovem. “Eu sempre gostei de trabalhar com vendas e pessoas. Ao lado da farmácia que eu trabalhava, havia uma loja que vendia as sandálias, onde o dono não cuidava muito do negócio, então ao perceber o movimento tive a ideia de abrir minha própria loja de chinelos”, afirma.

Hayane alcançou o sucesso ainda muito nova e foi convidada para ser dona de uma das primeiras franquias da marca Havaianas na capital federal. Durante a pandemia, muitos negócios foram afetados, mas a jovem empreendedora conseguiu manter todos os funcionários por conta do modelo de gestão que desenvolveu. “A pandemia foi um grande desafio para todos nós. E um dos meus maiores orgulhos é ter conseguido manter todos os funcionários, sem nenhuma demissão, graças a um sistema de gestão que eu pratiquei durante os anos”, explica a empresária.

“O pós pandemia tem sido algo diferente e intenso, nós observamos que depois da covid-19, as pessoas estão desenvolvendo síndromes, depressão e ansiedade, então nós fazemos um acompanhamento para apoiar os funcionários.”

Maternidade e empreendedorismo

“A mulher tá sempre com muita culpa de não conseguir conciliar tudo, né? Mas eu agora estou num momento que consigo acompanhar e ficar mais próxima do Davi, devido à forma de gestão que criei”, afirma a empresária. Segundo ela, a tecnologia tem sido essencial, pois consegue resolver muitas demandas trabalhando de casa. “Normalmente, pela manhã, trabalho em sistema home office, o que me ajuda a estar mais próxima dele o máximo que posso”, diz Hayane.

Mas nem tudo é tão simples assim. A jovem conta que após o nascimento do Davi, em 2020, em meio à pandemia, teve depressão pós-parto, e dar conta de tudo foi bem difícil. “Foi um momento muito delicado. Eu me vi bem perdida, porque eu precisava dar conta do trabalho, tinha que pensar em meus colaboradores (afinal estávamos em uma pandemia), precisava dar conta do meu filho e precisava dar conta de mim. Agora eu ‘tô’ bem, porque me tratei, mas eu percebi que equilibrar a balança e dar conta de tudo é impossível. Por esse motivo, também fiquei muito mais sensível às minhas colaboradoras, principalmente quando estão grávidas, pois consigo entender que cada gestação é única e tem suas peculiaridades”, ressalta a empreendedora.