Especialista explica que alterações no frênulo lingual podem impactar na sucção, mastigação e fala
A amamentação, momento fundamental no desenvolvimento do bebê, pode ser desafiadora quando a língua presa entra em cena. De acordo com um estudo da Revista CEFAC, aproximadamente 18% das crianças apresentam algum grau de alteração no frênulo lingual, impactando diversas funções essenciais, como sugar, mastigar, engolir e falar.
A língua presa ocorre quando o frênulo abaixo da língua é curto, restringindo sua movimentação. Ilana Marques, odontopediatra na IGM Odontopediatria destaca que essa dificuldade em sugar o seio materno pode resultar em uma ingestão insuficiente de leite pelo bebê, levando a problemas nutricionais e ganho de peso inadequado. Além disso, pode machucar os seios da mãe e contribuir para problemas como cólicas e refluxo.
Os sinais indicativos de que a língua presa está impactando negativamente a alimentação do bebê durante a amamentação podem variar de acordo com a gravidade da condição e a adaptação do bebê. “Sinais com pega inadequada, dificuldade do bebê em extrair leite adequadamente do seio materno, mamadas prolongadas ineficazes, dor intensa ou desconforto durante a amamentação e irritação nos mamilos podem indicar que a língua presa está causando dificuldades na amamentação”, esclarece.
– Frenotomia: É um procedimento simples em que o freio lingual (tecido que prende a língua ao fundo da boca) é cortado para liberar a língua e permitir uma mobilidade adequada. Esse procedimento pode ser realizado em bebês com língua presa leve a moderada, e geralmente é realizado em consultório;
– Frenectomia a laser: A frenectomia a laser é uma variante da frenotomia, em que um laser é utilizado para cortar o freio lingual. Esse método é considerado menos invasivo, e não provoca sangramento nem muito desconforto pós-operatório se comparado com a frenotomia convencional;
– Reabilitação oral: Após o procedimento de corte do freio lingual, é necessário o acompanhamento de uma fonoaudióloga. Em alguns casos, pode ser recomendado o acompanhamento de uma fonoaudióloga e realizar exercícios de reabilitação oral para fortalecer os músculos da língua e melhorar a função de sucção do bebê e orientação a nova pega na amamentação.
– Aconselhamento e suporte em amamentação: Além dos procedimentos, o aconselhamento e o suporte em amamentação são essenciais para garantir sucesso após o tratamento da língua presa. Um consultor em amamentação ou um especialista em lactação pode fornecer orientações sobre técnicas adequadas e ajudar a mãe e o bebê a superar quaisquer dificuldades encontradas durante o processo.
É importante observar que nem todos os bebês com língua presa apresentarão todos esses sinais de forma clara. “Alguns bebês podem ser capazes de compensar a condição e amamentar sem problemas significativos, enquanto outros podem enfrentar dificuldades mais sérias. Compreender os desafios associados à língua presa na amamentação é fundamental para a detecção precoce e contribuir para o desenvolvimento saudável do bebê”, finaliza Ilana Marques.