A terapia alternativa pode ajudar pacientes a se recuperar mais rápido
O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF) assumiu a gestão do Hospital Cidade do Sol há pouco mais de um mês e já implementou diversas mudanças. Além de aumentar para 60 o número de leitos de internação para pacientes da dengue, a gestão tem lançado mão de estratégias alternativas para melhor atendimento aos pacientes.
Uma das mais inovadoras é o uso da musicoterapia. Diariamente, no início do plantão, músicas relaxantes tocam nos monitores da internação, criando uma ambientação que acalma.
O projeto de musicoterapia surgiu da necessidade de se transformar o ambiente hospitalar em um espaço mais acolhedor e agradável. “A implementação de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) tem esse poder de promover a recuperação da saúde, construir laços terapêuticos e fortalecer a conexão entre os seres humanos, o meio ambiente e a sociedade”, afirma Anucha Soares, gerente-geral de Humanização e Experiência do Paciente do IgesDF.
Rainayra Rizzia da Rocha Miguel, analista de Atendimento do Núcleo de Humanização, afirma que a música é uma forma de distrair os pacientes. “O objetivo é dar tranquilidade para o paciente no ambiente da internação hospitalar, que costuma ser um local tenso, pois presenciamos intercorrências, o que pode acabar levando os pacientes a desenvolver um certo estresse”, completa Rainayra.
A musicoterapia transforma o ambiente hospitalar e isso reflete diretamente no tratamento do paciente, uma vez que ela está associada à melhora dos sinais vitais como regulação da pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, diminuição dos sentimentos de controle de ansiedade, tensão, estresse, angústia e sintomas depressivos. “Esses sentimentos geralmente acometem os pacientes durante o período de internação e todos esses benefícios, aliados a uma assistência qualificada e humanizada, tem por consequência o poder de melhorar a satisfação do paciente”, conclui Anucha.
A música tranquila impacta no bem-estar dos pacientes. Maria Núbia de Lima, 55 anos, é um exemplo. Ela é portadora de uma prótese aórtica e toma remédios sob orientação constante do médico que ela consulta no Hospital Universitário de Brasília.
Maria Núbia contraiu dengue e teve um princípio de hemorragia. Foi até a UPA de Ceilândia e, devido à gravidade de seu caso, precisou ser internada no Hospital Cidade do Sol, que segue exclusivo para encaminhamentos que necessitem desse tipo de atendimento.
Com dois dias de internação, Maria Núbia já sentiu uma considerável melhora. “Gostei muito do atendimento. As enfermeiras e os médicos daqui são muito atenciosos”, diz. Sobre a musicoterapia, Maria Núbia afirma que a música ajudou muito. “Tem muita gente que chora. Eu mesma, que tenho síndrome do pânico, tenho momentos em que choro. Mas a música me alegra.”