Uso excessivo de tecnologia pode resultar em sedentarismo e isolamento social, por meio do esporte, é possível reduzir esses riscos


A tecnologia tem conquistado cada vez mais espaço na vida da nova geração. Brincadeiras de rua perderam espaço para as telas do celular, tablet, computador, TV e vídeo game na rotina das crianças. Essa nova realidade se vê presente até mesmo em ambientes escolares. Esse vício é preocupante e tem grande reflexo no sedentarismo e no isolamento social de crianças e adolescentes.

Em meio a esse cenário, o programa DNA do Brasil Talentos, idealizado pelo Instituto para o Desenvolvimento da Criança e do Adolescente pela Cultura, Esporte e Educação (Idecace), trabalha para incentivar a prática de atividade física dentro das escolas e detectar talentos esportivos. Esse estímulo, além de gerar benefícios para a saúde, é uma ótima forma de desconectar a garotada das telas e atiçar as relações sociais fora do virtual.

O incentivo da prática esportiva no ambiente escolar tem grande importância na indução de novos hábitos de uma geração tão digital, e o trabalho realizado pelo DNA contribui com essa demanda. O gerente educacional do Idecace, Edvando Gonçalves Vieira, destaca a necessidade de medidas para incentivar novos hábitos: “As crianças de hoje estão cada vez mais reféns das tecnologias do mundo digital, é nítido que o sedentarismo tomou conta das crianças e adolescentes, sendo assim, precisamos combater esse costume que é prejudicial à saúde física e mental de todos.”

O coordenador pedagógico do programa DNA, Tiago Cortinaz, destaca os riscos do uso excessivo de aparelhos tecnológicos por crianças: “Uma pesquisa recente realizada pelo Departamento de Psiquiatria da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), sobre a exposição excessiva às telas de computador, televisão, celular, tablet ou videogame, mostrou que o uso excessivo de mídias de telas aumentou o risco das crianças apresentarem habilidades motoras pobres, acentuou a inatividade física e diminuiu as horas de sono.

Nesse sentido, é fundamental monitorarmos o tempo de exposição das crianças às telas e investirmos em atividades de socialização, como, por exemplo, as atividades esportivas.” De acordo com o gerente educacional do Idecace, o programa pode refletir na inserção de melhores hábitos na rotina das crianças.

“O projeto DNA do Brasil Talentos está presente nas escolas, tendo por objetivo resgatar a prática esportiva de crianças e adolescentes, visando reduzir os efeitos negativos do sedentarismo, como por exemplo o estresse, ansiedade, obesidade entre outros. Além de aprimorar a performance física e mental dos alunos, o programa oferece avaliações esportivas, de saúde, qualidade de vida, educacional e vocacional. Buscando, dessa forma, explorar ao máximo o desempenho nessas vertentes em prol da formação integral do ser humano”, ressalta.

O DNA do Brasil conta com uma equipe multidisciplinar itinerante que vai às escolas para aplicar protocolos avaliativos. A equipe enviada às escolas é composta por profissional de educação física, psicólogo, nutricionista, dentista e assistente social. O programa trabalha quatro dimensões centrais do desenvolvimento humano: físico-motor, saúde, qualidade de vida e vocacional.

Algumas das variáveis estudadas pelo projeto na dimensão do esporte são: estatura, massa corporal, flexibilidade, agilidade, velocidade e resistência aeróbica. A metodologia do programa gera laudos e relatórios que indicam fragilidades e potencialidades para as variáveis estudadas. A partir disso, são disponibilizados planos de aula aos professores das escolas beneficiadas para o desenvolvimento das habilidades dos estudantes, de acordo com suas aptidões.

Idecace

O Idecace trabalha há quase 20 anos na capacitação de profissionais para contribuir com os governos, empresas, instituições e outras organizações para aprendizagem, baseado no potencial humano. O instituto já atendeu mais de 250 mil jovens talentos. Atualmente o programa DNA do Brasil Talentos, atua em escolas do Distrito Federal, Amazonas, Tocantins e do município de Marituba (PA).