Técnicas radiológicas ajudam a identificar doenças psiquiátricas. Especialistas explicam como essas técnicas podem ser usadas para um pré-diagnóstico


O Setembro Amarelo reforça a valorização da vida e a prevenção do suicídio, e essa triste realidade pode estar relacionada a doenças psiquiátricas. De acordo com o Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), em média, um bilhão de pessoas possuem algum tipo de transtorno mental no mundo, e 14% desse total são adolescentes.

As técnicas de neuroimagem, como a Ressonância Magnética (RM) e a Tomografia Computadorizada (TC), são ferramentas valiosas para o estudo do cérebro. Elas permitem aos médicos e pesquisadores visualizar a estrutura e a função cerebral, o que é crucial para entender melhor os transtornos mentais.

Especialistas explicam como essas técnicas podem ser usadas para um pré-diagnóstico, acompanhar a eficácia dos tratamentos e monitorar mudanças na estrutura ou função cerebral ao longo do tempo

Uma avaliação clínica abrangente revela o diagnóstico preciso e possibilita o início adequado de um tratamento para doenças mais recorrentes, como Transtornos do Humor (Depressão Maior, Transtorno Bipolar, Distimia), Transtornos de Ansiedade (Transtorno de Ansiedade Generalizada, Transtorno do Pânico, Fobias Específicas, Transtorno de Estresse Pós-Traumático – TEPT), transtornos de Personalidade e Esquizofrenia. É sempre importante ressaltar a necessidade de uma análise detalhada do histórico médico e psiquiátrico do paciente antes de qualquer laudo.

Segundo a coordenadora do curso de Tecnólogo em Radiologia da Estácio, professora Kezia Balena, “As técnicas de neuroimagem são fundamentais para a pesquisa em neurociência e psiquiatria, ajudando a desvendar os mecanismos subjacentes aos transtornos mentais. Ao mostrar que transtornos mentais têm bases biológicas visíveis, essas técnicas podem ajudar a reduzir o estigma associado às doenças mentais. Os resultados dos exames de imagem devem sempre ser interpretados em conjunto com a avaliação clínica.”

Os professores de Radiologia da Estácio, Thiago Padre e Iasmim Nadini, comentam sobre as alterações observadas, que muitas vezes não são específicas de um único transtorno, mas podem estar presentes em várias condições psiquiátricas. Para isso, os exames mais indicados para a identificação dessas alterações são:

– Ressonância Magnética (RM)
– Tomografia Computadorizada (TC)
– Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET)
– Tomografia Computadorizada por Emissão de Fóton Único (SPECT)
– Espectroscopia por Ressonância Magnética (ERM)

Nesses exames, são frequentemente observados transtornos como depressão, esquizofrenia e transtorno bipolar. A Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) pode mostrar mudanças na atividade metabólica em regiões específicas do cérebro, o que pode ser relevante para diversos transtornos mentais. Alguns estudos têm utilizado técnicas avançadas de neuroimagem para detectar sinais de neuroinflamação e potencialmente relacionados também ao risco de suicídio.

O Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (CONTER) destacou a importância da busca por ajuda especializada e incentiva os profissionais e a população a cuidarem do seu bem-estar físico e mental. A campanha do Setembro Amarelo tem o apoio da categoria para que todo e qualquer cidadão se sinta acolhido em seus exames de imagem e pelos profissionais das técnicas radiológicas.

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