Ação foi realizada nesta segunda-feira (2/5) e chamada de 1ª Marcha do Povo de Axé de Águas Lindas de Goiás


Frequentadores de terreiros de candomblé e umbanda realizam, nesta segunda-feira (2), um protesto contra a intolerência religiosa em Águas Lindas, município goiano que fica no Entorno do Distrito Federal. A Primeira Marcha do Povo de Axé em Águas Lindas foi organizada depois que um homem invadiu um terreiro com facão e destruiu imagens de orixás no município vizinho de Planaltina (GO), no dia 23 de março desse ano.

 

“Apesar de termos direito à liberdade de culto, convivemos em constante insegurança devido ao preconceito motivado pelo racismo religioso. Casas de Santo são invadidas e depredadas, nossas vestimentas e costumes não respeitados e confundidos nos mais diversos espaços e isso é inadmissível”, diz a Yalorixá Mãe Beth de Iansã, líder do Terreiro Sol do Oriente

 

Os manifestantes começaram a se reunir às 15 horas, em frente à prefeitura. A ideia era passar pela comarca do Tribunal de Justiça e pelo prédio da Câmara de Vereadores.

A líder do Terreiro Sol do Oriente, yalorixá Mãe Beth de Iansã, afirma que o protesto ocorre em um momento de escalada dos casos de violência contra a comunidade do terreiro. “Apesar de termos direitos à liberdade de culto, convivemos em constante insegurança devido ao preconceito motivado pelo racismo religioso. As Casas de Santo são invadidas e depredadas, nossas vestimentas e costumes não respeitados e confundidos nos mais diversos espaços e isso é inadmissível”, afirmou mãe Beth.

Entre as reivindicações da marcha estão a realização de um mapeamento dos terreiros existentes no município goiano; a instalação de uma delegacia de crimes raciais; uma ouvidoria para casos de crimes religiosos; a criação de um espaço público municipal e um dia de celebração direcionado à cultura afro-brasileira; participação da cultura afro-brasileira na Feira Cultural de Águas Lindas do Goiás; a criação de um Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, tal como a garantia da voz dos afroreligiosos nas instâncias governamentais que discutem políticas públicas.

religiosos protestando