No DF, setor se destaca com o primeiro dispensário do país, na 102 Norte
O crescimento do mercado global da cannabis para fins terapêuticos tem despertado o interesse e o investimento de empresários e executivos de destaque no Brasil. Segundo estimativas da Fortune Business Insights, esse mercado pode atingir o valor de US$ 197 bilhões até 2028.
Além de seu uso medicinal, a planta também é amplamente aproveitada na fabricação de matérias-primas para diversas indústrias, como cosméticos, têxteis, alimentos, bebidas e até mesmo na construção civil. Esse fato justifica o crescente interesse nesse setor. Evidências disso são as várias personalidades do mundo do entretenimento, como Beyoncé, Jay-Z, Miley Cyrus, Drake, Mike Tyson e a atriz brasileira Marina Ruy Barbosa, que estão obtendo lucros nesse segmento.
A ideia do lugar é atender presencialmente todas as pessoas interessadas no lifestyle, em tratamentos médicos e terapêuticos com a cannabis
Em uma das últimas edições da Harper’s Bazaar, a renomada cantora Beyoncé revelou seus planos de construir uma fazenda para o cultivo de maconha e mel com finalidades terapêuticas. Durante sua última turnê, Beyoncé descobriu os benefícios do canabidiol (CBD) no alívio de dores e inflamações, além de ajudar no sono e na agitação. Impressionada com essas propriedades, a artista decidiu investir nesse mercado promissor. Em sua entrevista, ela expressou sua vontade de compartilhar mais informações sobre seus empreendimentos futuros nessa área.
Beyoncé agora se junta a uma extensa lista de celebridades que também investem no setor. Seu marido, o rapper Jay-Z, lançou sua própria marca de maconha recreativa, chamada Monogram, em 2020. A Monogram, em parceria com a Caliva, oferece um cultivo personalizado da planta e uma plataforma exclusiva de comércio eletrônico. Além disso, Jay-Z está envolvido na estratégia da nova marca TPCO, uma fusão entre as empresas de cannabis Caliva e Left Coast Ventures. De acordo com a BBC, espera-se que a TPCO atinja uma receita de aproximadamente 334 milhões de dólares em 2021.
Já Mike Tyson possui uma fazenda de aproximadamente 160 mil metros quadrados na Califórnia, a Tyson Ranch, para cultivo de várias espécies de maconha. A planta é usada nos produtos da marca Tyson Holistic Holdings, que vão de comidas a relaxantes musculares. A lenda do boxe, que chegou a decretar falência em 2003, salvou suas finanças com o investimento.
A atriz Marina Ruy Barbosa e a empresária Vanessa Ribeiro lançaram em novembro de 2020 a marca de roupas Ginger, que usa a fibra de cânhamo na sua produção, planta da família da maconha.
Mercado é destaque no DF
O primeiro dispensário do país foi inaugurado na capital do país, na 102 Norte. A ideia do lugar é atender presencialmente todas as pessoas interessadas no lifestyle, em tratamentos médicos e terapêuticos com a cannabis. “Estamos trazendo uma área de prestação de serviços ligada à cannabis medicinal, porque hoje já existem quatro caminhos lícitos para acessar esse tipo de tratamento, com produtos à base de cannabis no Brasil.
E o nosso time vai apresentar essas opções para as pessoas, para que elas tenham o acesso ao tratamento de forma mais fácil, fazendo isso conforme é o mercado regulado hoje”, explica Juliana Guimarães Santiago, sócio-fundadora do 55Lab, responsável pela iniciativa em parceria com o Kunk Club.
O espaço conta com produtos terpenados – usados principalmente para conferir cheiro e sabor, mas sem canabinóides, apenas inspirados na cannabis. Quem frequentar o dispensário poderá provar cafés terpenados, cervejas artesanais com blend de óleos, pratos
especiais e até chocolates. Para os entusiastas no lifestyle, a organização do local preparou ainda uma curadoria especial de roupas e acessórios.
“A gente também fez uma curadoria das melhores marcas de produtos de cultivo, extração e acessórios para fumo tanto aqui no Brasil quanto no exterior, então é uma curadoria em que trabalhamos com um bom custo-benefício para o mercado canábico brasileiro”, ressalta Juliana.
Um último levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria de Canabinóides (ABRCANN) também mostra que o Distrito Federal é, proporcionalmente, a unidade federativa com mais pacientes autorizados a utilizar cannabis medicinal. “É normal que a gente tenha em Brasília a maior concentração de pessoas com a autorização de importação, por ser a capital do Brasil e ter uma proximidade grande entre os órgãos reguladores, fica mais fácil”, complementa Fernando Santiago, Co-Fundador do ODispensário.