Em 2022, batalhão canino atuou em mais de mil ocorrências; animais passam por treinamento rigoroso para desempenhar a missão de reforçar a segurança da população do DF


Depois de quase oito anos prestando serviços para a população do Distrito Federal, chegou a hora de sete cães do Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães) conquistarem a aposentadoria. Os animais cresceram nas dependências da Polícia Militar do Distrito Federal, atuando na segurança do DF, à procura de drogas, explosivos, armas, pessoas e na segurança dos próprios militares.

A equipe tem participação ativa: em 2022, os cães policiais atuaram em 1.148 ocorrências, e, de janeiro a março deste ano, em 293. Ao todo, esse batalhão especial conta com 52 cães para auxiliar nas operações militares.

Há animais das raças rottweiler, labrador, pastor-alemão e pastor-belga-malinois – cada uma com características próprias. “Os cães da raça pastor-belga-malinois são muito versáteis, possuem elementos para a disposição de trabalho esperados para um cão policial”, exemplifica o segundo-tenente Simeão Fernandes de Souza Neto.

Cada cão tem um condutor que coordena o treinamento pelas manhãs e, à tarde, promove a ordem de serviço de patrulhamento. Tanto o condutor quanto o animal ficam à disposição para atender eventuais chamados durante o dia. “O cão é uma ferramenta bastante útil, além de aumentar a eficiência do policiamento. Com os cães, um trabalho que demoraria horas para fazer leva poucos minutos”, aponta Souza Neto.

Também pastor-belga-malinois, Cobolt, agora com oito anos, já se aposentou e foi morar na casa do terceiro-sargento Tadeu Dávalos, que garante: “Nossa parceria não acaba aqui. Chegou a hora de curtirmos juntos as folgas dele”

Os animais aposentados podem ser adotados somente pelos policiais do próprio batalhão. O terceiro-sargento Tadeu Dávalos decidiu levar o “agente” Cobolt, de forma definitiva, para casa. “Eu estou com ele desde os seis meses de idade”, conta. “Nossa parceria não acaba aqui. Agora que ele está com oito anos, chegou a hora de curtirmos juntos as folgas dele. Agora, é muita curtição, brincadeira e lazer”.

De acordo com o segundo-sargento Hugo Santos, a vida profissional do policial canino começa cedo. “O cão inicia os treinamentos ainda filhote”, relata. “O Ramon, por exemplo, participou de várias operações. A idade recomendada para que eles se aposentem é entre sete e oito anos, para dar qualidade de vida ao animal, para que ele possa curtir e descansar”.

BPCães

Para que possam atuar junto ao time do BPCães, os militares passam por um rigoroso processo de aprendizagem para lidar com os animais. O curso é realizado uma vez por ano e dura entre três e quatro meses.

Os cães também passam por um rigoroso treinamento, que pode durar até dois anos. Os primeiros passos do cão policial levam à socialização com outras pessoas e bichos e à ambientação com outros espaços, como grama, asfalto, aeroportos e rodoviárias.

Após o treinamento, os animais são submetidos a uma avaliação para determinar se estão aptos a garantir a segurança da população do Distrito Federal. Na maioria das vezes, todos tiram nota 10.