GDF já investiu R$ 27,5 milhões na aquisição de produtos alimentícios oriundos de produções locais familiares


Beterraba, abóbora, cenoura, alface, tangerina, goiaba, maracujá… É extensa a lista de frutas, verduras e legumes distribuídos nas 590 mil refeições servidas todos os dias aos estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal. Boa parte desses ingredientes que chegam às merendas das escolas tem origem em pequenas produções da capital, tocadas por agricultores familiares.

A escolha do Governo do Distrito Federal (GDF) pela compra de produtos alimentícios de pequenos produtores não foi feita por acaso. Essa parceria, além de ofertar alternativas alimentares mais saudáveis aos cardápios das escolas, também reforça um importante pilar no desenvolvimento econômico sustentável da capital.

“É uma das bases de um importante tripé: educação, garantia da segurança alimentar dos estudantes e fomento da economia local”, enfatiza a diretora do Programa de Alimentação Escolar (PAE) da Secretaria Educação do DF (SEE), Juliene Moura Santos. “São várias as vantagens dessa parceria que ajuda a levar alimentos mais frescos e nutritivos às merendas escolares.”

A responsável técnica pelo PAE destaca que, apenas neste ano, o GDF investiu R$ 27,5 milhões na contratação de cooperativas e associações da agricultura familiar, que cuidam do fornecimento dos alimentos para escolas do Guará e de São Sebastião.

“Em 2023, tivemos duas chamadas públicas. Iniciamos nessas duas regionais de ensino como piloto para verificar a viabilidade da iniciativa e as quantidades necessárias para poder atender todas as escolas do DF nos próximos anos. A ideia é que, em breve, todas as escolas recebam hortifrútis orgânicos da agricultura familiar”, explica.

Qualidade e variedade

Uma das unidades educacionais abastecidas com produtos de agricultores familiares é a Escola Classe 7 do Guará. A parceria viabiliza que sejam servidas, todos os dias, refeições nutritivas para os mais de 600 alunos, com idades entre 4 e 9 anos, divididos nos turnos matutino e vespertino.

Na escola, a responsável por comandar a cozinha é Cris Carvalho, 54 anos. Cozinheira de longa data, a merendeira elogia a qualidade dos alimentos que chegam à unidade. “São produtos excelentes, as crianças adoram. A saída desses alimentos é muito boa, e elas gostam muito da salada, do purê de abóbora, do arroz de brócolis; comem bem e já chegam perguntando pelo cardápio do dia”, diz.

“O cardápio é pensado com base na safra, nas demandas da nossa população-alvo, no foco da produção regional, no gosto dos estudantes”  – Lívia Bacharini Lima, nutricionista da Coordenação Regional de Ensino do Guará

As refeições servidas na escola se destacam pela qualidade e variedade dos alimentos. “O cardápio é pensado com base na safra, nas demandas da nossa população alvo, no foco da produção regional, no gosto dos estudantes”, enfatiza a nutricionista Lívia Bacharini Lima, da Coordenação Regional de Ensino do Guará. “Queremos que a escola seja a porta de entrada para que essas crianças conheçam novos alimentos, mais nutritivos e saudáveis”.