Medidas preventivas podem evitar as doenças comuns no inverno

A poucos dias da chegada do inverno, o Distrito Federal já vem registrando temperaturas baixas. Mesmo sem entrar oficialmente na temporada, o DF já registrou, no último dia 27 de maio, na região de Águas Emendadas, no Paranoá, a noite mais fria do ano com a mínima de 6,3ºC. O tempo seco e frio é propício para a transmissão de doenças propagadas pelo ar por meio de partículas de secreção. Há ainda as que são transmitidas por bactérias, fungos e vírus, que também ficam em objetos e superfícies. Devido às baixas temperaturas, naturalmente, o corpo perde imunidade e assim, pode estar mais suscetível a desenvolver doenças respiratórias como gripe, resfriado, pneumonias, bronquites, asmas, dentre outras.

Em um ano atípico, os cuidados precisam ser redobrados também por conta da Covid-19. Os sintomas da doença causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) são similares aos da gripe comum e asma. Já nos primeiros casos da doença, o DF estabeleceu seu plano de enfrentamento à pandemia e as principais ações foram tomadas. Foi feito o isolamento da população com a proibição de aglomerações, o fechamento de comércios e escolas, antecipação da campanha de vacinação contra a gripe e adequação dos serviços públicos com adoção de teletrabalho, por exemplo. Outro exemplo, foi a prorrogação da Campanha Nacional de Vacinação contra o influenza, que foi ampliada para até o dia 30 de junho.

Segundo doutora Marta Guidacci, especialista em alergia e imunologia e coordenadora substituta da Alergia na Secretaria de Saúde, a proibição de aglomeração, uso obrigatório de máscaras e a conscientização da importância de higienização das mãos foram medidas essenciais para ajudar no controle da Covid-19 e das demais doenças que também são transmissíveis nessa época do ano. Elas possuem semelhanças na forma de contágio, e igualmente, podem ter sintomas muito parecidos. É a partir da transmissão de gotículas contaminadas ao falar, tossir, espirrar além de existir a possibilidade de transmissão através de superfícies contaminadas e levar as mãos à face que a pessoa pode se contaminar.

“As medidas de precaução contra a Covid-19 são iguais as que já preconizamos para a prevenção de outras doenças respiratórias. A diferença é que estamos lidando com um vírus novo. Quanto mais estudamos, vemos que ainda temos muito a descobrir. Existem várias manifestações clínicas desde febre, tosse seca, falta de ar, dores no corpo, diarreia, lesões em corpo, falta de sentir cheiro e de gosto dos alimentos até a Síndrome Respiratória Aguda Grave que pode evoluir para óbito.

No caso das doenças respiratórias transmissíveis, que inclui a Covid-19, nós profissionais sempre recomendamos a prevenção e com isso, uso de máscaras, higienizar as mãos, evitar as aglomerações e ambientes fechados, são dicas permanentes para evitar essas doenças típicas da estação. Já para quem sofre das alergias respiratórias como rinite e asma, manter o tratamento preventivo e redobrar o controle ambiental são essenciais para evitar crises e piora das suas doenças crônicas, acrescentou Guidacci.

Isolamento social

 A profissional destaca que durante o isolamento social as pessoas permanecem mais tempo em casa. Por isso é preciso redobrar a atenção ao Controle Ambiental, evitando a exposição aos agentes desencadeadores das alergias respiratórias como fungos e ácaros da poeira doméstica. Manter uma alimentação saudável e pensamentos positivos. A especialista destaca que é preciso ficar atento aos sintomas que persistem e podem indicar que o indivíduo esteja com a Covid-19. A tosse constante, febre e a falta de ar repentina são sinais de alerta e deve-se procurar a unidade básica de saúde mais próxima. Caso seja à noite, deve procurar as emergências.

“A Covid-19 é uma doença que pode ter evolução rápida e que ataca principalmente sistema respiratório. Por isso, é importante procurar a unidade básica de saúde com sintomas persistentes. Os pacientes que têm doenças respiratórias crônicas precisam manter tratamento preventivo conforme orientação do seu Especialista. Isso ajuda a manter as doenças em controle.

É possível ainda evitar, principalmente, agentes desencadeadores ou agravantes de crises. Isso engloba desde produtos de limpeza que tem cheiro forte como também a falta de cuidado com o colchão e travesseiro. Cheiros ativos como água sanitária podem ser o gatilho para uma crise, pois o alérgico tem uma hipersensibilidade. Então, limpar a casa com aspirador de pó, e pano úmido, não usar vassoura ou espanador são medidas simples que podem evitar uma crise”, afirmou Marta.

Tratamento

Como os sintomas das infecções respiratórias são bem similares, o paciente deve ficar atento. Caso eles persistam por mais de cinco dias, principalmente, a febre e tosse, é recomendada a procura pelo serviço de saúde mais próximo. Não é recomendado o uso de medicamentos por conta própria, como os antigripais. A automedicação pode mascarar sintomas, contribuir para o agravamento da doença e dificultar o diagnóstico, que deve ser feito por um médico.

No DF, existem os Centros de Referência do Programa de Atendimento ao Paciente Asmáticos com profissionais de saúde capacitados ao atendimento.