No DF já são 135 km de corredores para os coletivos; projeto da Secretaria de Transporte e Mobilidade será implementado ainda neste semestre
Na Semana Nacional de Trânsito, comemorada de 15 a 25 de setembro em todo o país, o brasiliense recebe uma novidade: o Eixo Monumental vai ganhar faixas exclusivas para o transporte coletivo.
O projeto do Governo do Distrito Federal (GDF), desenvolvido pela Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) com o apoio do Departamento de Trânsito (Detran) do DF, vai dar mais rapidez às linhas de ônibus que enfrentam problemas de redução de velocidade em horários de pico.
Nas duas faixas poderão circular, além dos coletivos das linhas do DF e do Entorno, táxis e veículos de transporte escolar.
Para todos os outros a passagem será proibida. E se ganham os passageiros que poderão circular por esses corredores, ganham também os motoristas e passageiros que não transitarão por elas, já que os veículos grandes deixam de circular entre os pequenos.
O início da manhã, em que mais pessoas chegam ao mesmo tempo para trabalhar no Plano Piloto pela S1, e o final da tarde quando o fluxo de saída também se intensifica na N1, são os horários mais críticos. “Elaboramos um projeto para melhorar a vida dos usuários do transporte coletivo reservando uma faixa de cada lado do Eixo Monumental só para os coletivos”, informa o secretário de Transporte e Mobilidade, Valter Casimiro.
Mais fluidez
A implementação ocorrerá na via S1, sentido Cruzeiro-Esplanada dos Ministérios, e na N1, sentido Congresso Nacional-Setor Militar Urbano (SMU). Cada lado tem 7,5 quilômetros de extensão. A previsão é de que, com os corredores exclusivos, o tempo de viagem dos ônibus seja reduzido, como ocorreu após a implementação da exclusividade na Estrada Parque Taguatinga (EPTG). Por lá, o fluxo dos coletivos chegou a aumentar até 40 minutos em horários de maior tráfego.
“A proposta da faixa exclusiva é dar agilidade ao transporte coletivo, estimulando que mais pessoas o utilizem e menos carros estejam nas ruas”, afirma o chefe do Núcleo de Estudo e Elaboração de Projeto do Detran, Marcelo Maia.
As duas pistas são compostas por seis faixas cada uma, sendo a mais à esquerda priorizada a ciclistas nos finais de semana e feriados. Os locais das paradas de ônibus permanecerão inalterados e nas entradas para outras vias e para o Parque da Cidade, por exemplo, a linha de sinalização passará de contínua a pontilhada. Responsável por ajustes técnicos, o Detran fará a sinalização horizontal e vertical das faixas quando o projeto for implantado.
Cinco pontos no DF
As faixas exclusivas no DF somam 135,2 quilômetros de extensão: 24 quilômetros na EPTG, metade em cada sentido; 60 no corredor do BRT Sul, na Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia); 22 quilômetros na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB); 26 nos dois lados das W3 Sul e Norte; e 3,2 quilômetros na Estrada Setor Policial Militar (ESPM).
“Nossa proposta é priorizar o transporte coletivo, atendendo aos estudos que definem as políticas de mobilidade urbana, tanto federal quanto distrital”, explica o subsecretário de Infraestrutura e Planejamento da Secretaria de Transporte e Mobilidade, José Soares de Paiva.
A Semob e o Detran-DF também estudam inaugurar, este ano, os corredores exclusivos na Epia, e em 2021 na Avenida Hélio Prates, em Taguatinga. Ajustes na faixa exclusiva na EPNB, especialmente no trecho próximo ao viaduto Samambaia, também estão sendo analisados.
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