Reserva natural é a única a abrigar a união de duas grandes bacias da América Latina, a Tocantins/Araguaia e a Platina


No dia 12 de agosto de 1968, o Distrito Federal certificou a fundação da Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), em Planaltina. Com área aproximada a 10 mil hectares, o espaço abriga a única união de duas grandes bacias da América Latina: a Tocantins/Araguaia e a Platina, em uma vereda de 6 km de extensão. Neste sábado (12), 55 anos depois, a unidade de conservação (UC) segue sendo uma das mais importantes para a preservação ambiental.

A comemoração do aniversário será neste sábado (12). O encontro ocorrerá das 8h às 12h, no Centro de Informação da Esecae. Serão realizados debates e apresentações sobre a UC, com a presença de autoridades governamentais. A população também está convidada.

“A Estação Ecológica Águas Emendadas é um fenômeno único no Brasil, talvez no mundo. Uma nascente que verte em dois lados opostos bem aqui, no nosso Cerrado”, avalia o presidente do Instituto Brasília Ambiental, órgão responsável pela unidade, Rôney Nemer. “Estamos muito felizes de comemorar esta data. Precisamos nos conscientizar da importância da preservação, principalmente nesta época de seca. É importante cuidar da fauna, da flora, das nascentes, enfim, do meio ambiente”, frisa.

As águas que brotam na Esecae correm para o Norte do país, formando a Bacia do Tocantins-Araguaia, e para o Sul, compondo a Bacia Platina. Com área de Cerrado praticamente intacta, a estação abriga fauna ameaçada de extinção, como anta, suçuarana, tamanduá, lobo-guará, entre outros, sendo de grande importância para a realização de estudos científicos.

“A Estação Ecológica Águas Emendadas é um fenômeno único no Brasil, talvez no mundo. Uma nascente que verte em dois lados opostos bem aqui, no nosso Cerrado”
Rôney Nemer, presidente do Instituto Brasília Ambiental

“Muitas pesquisas foram desenvolvidas ao longo dos 55 anos e a intenção é que tenhamos mais, porque a natureza é dinâmica e orgânica, sofrendo alterações ao longo dos anos”, observa a superintendente de Unidades de Conservação, Biodiversidade e Água do Brasília Ambiental, Marcela Versiani.

Versiani destaca que as áreas adjacentes à estação precisam ser preservadas pela população para que não haja prejuízos ao meio ambiente e à estação. “Temos muitas ações com a comunidade que mora próximo. Também estamos estruturando um projeto de conscientização para levar a informação para mais pessoas, para que todos saibam que existe uma unidade de conservação ali e que precisa ser protegida”, aponta.

O administrador da Esecae, Geslileu Dar Jacinto, destaca o papel que a UC tem para o meio ambiente. “Temos um sistema muito relevante em termos de conservação ambiental. Por exemplo, a unidade, em seus serviços ecossistêmicos, faz a reciclagem de metais que são lançados nas rodovias, por veículos, puxando isso e não deixa que seja respirado por outros materiais”, afirma ele, que está a frente do espaço desde 2017.

Visitação

Por se tratar de uma unidade de conservação de proteção integral, as visitas são restritas e apenas ocorrem de forma guiada. Agentes ambientais promovem contação de histórias, trilhas ecológicas guiadas e experimentos ecopedagógicos a estudantes de instituições de ensino públicas e privadas, mediante agendamento. Há também o projeto Parque Educador, em parceria com a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF). As inscrições devem ser feitas por meio deste formulário.