Espaço lúdico-literário, montado em parque ecológico, convida o brasiliense a experienciar vivências que se dão no enlace entre arte e sustentabilidade
Entre os dias 11 e 21 de setembro, o Parque Ecológico do Riacho Fundo I recebe a segunda edição da Toca Literária do Cerrado. Iniciativa que, a partir da literatura, constrói diálogos com outras linguagens da arte e tem como objetivo sensibilizar a população quanto ao uso responsável dos ecossistemas do Cerrado. A abertura do projeto – à visitação do público – coincide com o Dia Nacional do Cerrado (11/9), bioma com a maior biodiversidade vegetal do planeta.
Imaginado para envolver as pessoas em um ambiente imersivo, onde o Cerrado é protagonista, o Toca tem suas atividades realizadas, em sua grande parte, em meio a uma cenografia com imagens de animais da fauna e motivos da flora do Cerrado.
Nesta grande tenda geodésica de bambu cheia de livros ilustrados e decorada com tapetes e almofadas, irão ocorrer 32 leituras de histórias, seguidas de rodas de conversa, várias oficinas, e dois passeios-guiados: um pela flora, dia 15/9, e outro em busca de nascente na área do Parque, no dia 21/9. Detalhes da programação, mais informações e como se inscrever para as atividades estão em: https://apptuts.bio/tocaliterariadocerrado.
Todas as ações do projeto, além de promover o gosto pela leitura, visam a estimular a convivência sustentável com o meio ambiente, convidar a comunidade a geri-lo de forma responsável, buscar reverter sua degradação e deter a perda de biodiversidade, em especial do Cerrado. Essas ações visam a estimular a preservação do bioma que está em constante ameaça, pela conversão de sua vegetação em pastagem ou sistemas produtivos de monocultura.
O Toca Literária do Cerrado, como descreve a idealizadora do projeto Cristiane de Salles Moreira dos Santos, “nasceu com a proposta de ampliar horizontes, desenvolver o pensamento crítico e impulsionar ações propositivas dos participantes, tanto o público quanto os envolvidos na organização”, detalha. A primeira edição do projeto, realizada em 2022, contou com fomento do FAC/DF, enquanto a presente tem como patrocinador o Instituto Neoenergia, por meio da LIC/DF.
Professora apaixonada pela leitura, para Cristiane o acesso à literatura, à arte e à ciência, fundamento deste Projeto, promove inúmeras oportunidades de aprendizagem. “E isso está no centro da nossa proposta, por apostarmos que a proximidade com os livros, com a cultura, com os especialistas seja um pilar na construção de cada pessoa, da democracia, da identidade nacional, do diálogo intercultural e da inovação”, ressalta.
Dentro da Toca, vai estar disponível um acervo com mais de 100 títulos da literatura infantil, curado por Cristiane, para o deleite dos participantes. Conjunto este que, posteriormente, será endereçado à criação de uma biblioteca especializada no Parque Ecológico, estando reservados 20% dos títulos para serem sorteados entre as crianças e demais participantes das rodas de leituras de histórias. O acervo versará sobre alguns dos ODS da ONU/Unesco/Agenda 2030.
Na avaliação de Cristiane, “Nada mais urgente que plantar sementes de preservação e consciência ambiental nas pessoas, em especial na criançada, levando-se em conta as grandes queimadas que vêm ocorrendo em todo o Brasil, muitas delas provocadas pela ação humana, como apontam autoridades e ambientalistas”.
Programação
“Oficina de mediação de leitura literária: ler para crianças”, com 30 vagas para adultos. Esta primeira atividade do Toca, no dia 31/8, irá formar quatro monitores que colaborarão nas rodas de leitura literária e nas oficinas. Os monitores, maiores de idade e contratados preferencialmente entre os moradores da comunidade local, receberão uma bolsa auxílio. Atividade vai contar com tradução para Libras.
Uma semana antes da inauguração do Toca, de 6 a 10/9, os inscritos na oficina de mediação, bem como moradores da região, serão convidados a colaborar na ambientação da Toca. Essa ação tem por objetivo inseri-los no processo de construção artística do evento como partícipes.
Abrindo a programação, na manhã do Dia Nacional do Cerrado e da inauguração da Toca (11/9, quarta-feira), o médico veterinário e doutorando em desenvolvimento sustentável pela UNB, Otávio Maia faz um bate papo sobre os bichos do Cerrado que será seguido por uma oficina de desenho com o ilustrador Jô Oliveira.
As “Leituras de Histórias e Rodas de Conversa”, com 1h cada, realizadas por Cristiane Salles, e oferecidas diariamente durante a vigência do Toca Literária do Cerrado, são destinadas a públicos de todas as idades que, após as leituras, serão convidados a usufruir da bibliografia disponível.
Nas manhãs dos finais de semana, acontecem vivências seguidas de oficinas culturais, com 30 vagas destinadas – prioritariamente a crianças de 5 a 10 anos da região – como descritas abaixo:
No dia 14 (sábado), Fred Magalhães, diretor artístico do Grupo Patubatê, conduz uma oficina de construção de instrumentos, a partir de materiais recicláveis, seguida de vivência musical.
Já a flora do cerrado será apresentada pela engenheira agrônoma e Dra. em educação e ecologia humana Fabiana Peneireiro, passeio-guiado que será seguido por uma oficina de gravura com o artista plástico Valdério Costa. Este encontro vai acontecer domingo (15/9).
E Cláudia Franco, bióloga, mestre em recursos hídricos, vai levar as e os presentes, no dia 21 (sábado), por um passeio-guiado pelo Parque para falar sobre as águas do Cerrado. Vivência que será seguida por uma prática de Yoga com Lígia Amorim.
Acessibilidade
No dia de abertura do Toca, 11/9 (quarta-feira), todas as atividades irão contar com tradução para Libras. Somando-se a isso, 10% do acervo de livros, que vão estar disponíveis para consulta, são em Braille.