Governo quer melhorar infraestrutura para incentivar investimentos
Um pool de secretarias e construtoras vai tirar da gaveta o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) de 2009 para levar desenvolvimento a duas regiões que estão entre as mais importantes do Distrito Federal: os setores de Garagem e Concessionárias e Veículos (SGCV) e de Oficinas Sul (SOF Sul).
O acordo entre governo e incorporadoras que ergueram prédios residenciais no Setor de Garagens, Concessionarias e Veículos Sul – também conhecido como Park Sul – prevê a construção de galerias de águas pluviais e recuperação asfáltica para o lugar.
A obra vai custar R$ 35 milhões, dinheiro que será bancado pelas empresas. “Por intermédio da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habatação (Seduh), as empresas se comprometeram a arcar com o valor assinando um TAC. Fazemos reuniões quinzenais e aprovamos os projetos apresentados pelas empresas”, disse o secretário de Obras, Luciano Carvalho.
Em contrapartida, o GDF vai realizar as mesmas melhorias no Setor de Oficinas Sul, vizinho ao SGCV. Serão implementados 6,4 mil metros de drenagem e 9,7 mil metros de pavimentação. A previsão é que a obra custe R$ 25 milhões.
Os recursos virão da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) por meio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). A instituição é parceira do Governo do Distrito Federal na fomentação de melhorias em áreas de Desenvolvimento Econômico.
Asfalto, estacionamento e meio-fio novos no Setor de Oficinas em Brazlândia
A secretaria quer incluir o SOF Sul no acordo atual com o BID, em que o GDF conseguiu US$ 71 milhões para realizar obras de infraestrutura nas ADEs, como a implantação de asfalto, linha de energia elétrica e redes pluviais.
Para custear as obras no SOF Sul, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico tentará convencer o representante do BID em Brasília para incluir o SOF Sul no Pró Cidades: Programa de Desenvolvimento Econômico do DF, que utiliza parte dos recursos internacionais para executar obras de infraestrutura nas cinco ADEs: três em Ceilândia, uma em Santa Maria e uma no Gama.
O secretário de Obras entrou em contato conosco dizendo que lá no SOF Sul é uma outra área de desenvolvimento econômico. Nós fizemos avaliação da possibilidade de inserção dessa obra no programa. Começamos uma negociação com o BID para pegar o saldo de recurso existente para a execução dessa obra”, disse a subsecretária de Apoio às Áreas de Desenvolvimento Econômico, Maria Auxiliadora.
De acordo com Luciano Carvalho, apesar de o SOF Sul não se localizar numa ADE, a área se enquadra no perfil, por seu potencial de atrair empresas. “Temos o projeto e licenças ambientais. O Setor de Oficinas se enquadra muito nesse perfil de ADE. Então, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico está renegociando o seu contrato com o BID e há uma possibilidade grande de a gente conseguir incluir o SOF dentro desse programa”, detalha Luciano.
Alagamentos
Numa breve caminhada pelas ruas do SOF Sul, dá para perceber os remendos no asfalto e o consequente desnível que ele provoca na maioria das ruas. Mas o maior problema mesmo são os constantes alagamentos.
Dono de uma lanternagem na Quadra 17, André Alves, 55 anos, convive com o problema há 12 anos. A loja dele fica na última rua. É para lá que escoa toda a água da chuva por se tratar de uma descida. Para que a água da chuva não invadisse mais seu comércio, ele teve de elevar a base da loja para ficar acima do nível do asfalto. “O escoamento de águas pluviais aqui é ruim. Na época da chuva o alagamento chega a dar um metro de altura”, conta.
Ao ser informado pela equipe de reportagem da Agência Brasília sobre a previsão de obras para o seu setor, ele comemorou. “Será muito bem-vinda. Essa obra de drenagem é uma reivindicação antiga dos oficineiros”, disse.
Situado na Quadra 1, o centro automotivo de Rogério Paulo Alves, 33, já ficou completamente alagado. A rua onde está seu comércio também não possui escoamento. “Aqui temos de andar barco quando chove. Basta chover um pouquinho para a água invadir a minha loja”, relatou. “Essa obra vai melhorar bastante o nosso trabalho”, acredita.