No lançamento da campanha à Presidência da Câmara, deputado diz que Casa tem de buscar soluções para os milhões de pessoas que deixarão de receber o benefício

 

Depois de muito imbróglio nas articulações para composição do bloco, o deputado Baleia Rossi (MDB-SP) deu, ontem, a largada à candidatura para a Presidência da Câmara. Com a chancela do atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), da oposição e de partidos de centro, ele busca, agora, avançar nas negociações até as eleições, em 1º de fevereiro.

O deputado Arthur Lira — Foto: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

 

Para enfrentar o principal adversário, o líder do Centrão, Arthur Lira (PP-AL), Baleia Rossi adotará a mesma estratégia do progressista e pretende viajar o país, nas próximas semanas, para se encontrar com lideranças políticas e buscar apoio. O primeiro embarque vai ocorrer amanhã, rumo ao Piauí.

Crítica

Antes do lançamento da campanha de Rossi, Arthur Lira foi ao Twitter afirmar que o grupo do emedebista vem articulando com Maia para que a votação ocorra de forma virtual. “Nas eleições (municipais), 148 milhões de eleitores tiveram a obrigação de ir às urnas e votar em plena pandemia. Agora, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e seu candidato, Baleia Rossi, querem votar remotamente na eleição para a Presidência da Câmara. Qual é a verdadeira intenção por trás disso?”, postou.

A declaração foi refutada pelo deputado Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL), escolhido por Baleia Rossi como coordenador da campanha. “Agora, eu nem falo como articulador da campanha, mas, sim, como membro da Mesa Diretora. Ainda não foi apresentado nenhum texto que regulamenta esse modelo, que seja presencial, remoto ou misto. Ainda não recebemos nenhuma sugestão. A princípio, defendo que seja o modelo presencial, mas não podemos ter ideia fixa. Será uma decisão da Casa”, destacou Bulhões.

Apoios divididos

Partidos com Baleia Rossi*
PT, PDT, PSB, PCdoB, Rede, MDB, PSDB, DEM, Cidadania, PV e parte do PSL
*O PSol é da oposição, mas não declarou apoio a ninguém. A bancada está dividida e tem reunião agendada para o dia 15.

Partidos com Arthur Lira
PP, PL, Republicanos, PSD, PTB, Pros, PSC, Avante, Patriota e Solidariedade**
**O Solidariedade, porém, tem reunião agendada para semana que vem e poderá rever seu apoio

Saiba mais

Benefício a 67,8 milhões de pessoas

O auxílio emergencial foi dado ao longo de 2020 para a população mais vulnerável, como forma de ajudar no enfrentamento dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus, mas teve fim em 31 de dezembro. No ano passado, o auxílio foi pago a 67,8 milhões de pessoas e custou R$ 322 bilhões. A ajuda foi possível porque o governo pediu e a Câmara aprovou o estado de calamidade, que permitiu que o Orçamento de guerra fosse autorizado em 2020. O governo, inicialmente, queria pagar R$ 200, mas a Câmara elevou o valor a R$ 500. Depois de um acordo, o Executivo aceitou subir para R$ 600. Nos últimos meses do ano, o auxílio foi prorrogado e reduzido a R$ 300. Sem um substituto para benefício, o governo prepara medida provisória para reestruturar o Bolsa Família dentro do Orçamento de R$ 34,8 bilhões já reservado para 2021.

 

 

 

 

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