Durante a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, realizada nesta sexta-feira (26), a tocha olímpica se manteve acesa por toda a cerimônia, que aconteceu debaixo de chuva.


Acesa desde o dia 16 de abril, quando foi iniciada na Grécia — como manda a tradição das Olimpíadas –, a tocha funcionou por 68 dias, passando até por baixo das águas do mar Mediterrâneo. Entenda porque a chama da tocha olímpica não se apaga.

Em entrevista, Guilherme Favaro, físico pelo Instituto de Física da USP (Universidade de São Paulo), explica que “o fogo da tocha olímpica é acendido através de um método ótico que utiliza espelhos côncavos para concentrar os raios de luz do Sol em um único ponto, dando a ignição na chama.”

A tradição vinda da Grécia — sede das primeiras Olimpíadas — é respeitada até no método de manter o símbolo aceso, já que a tocha é projetada para manter um fogo “puro” que vem do próprio Sol.

“Durante o transporte da tocha, a chama se mantém acesa com a ajuda de camadas de proteção em seu interior contra o vento e a chuva. Em conjunto, uma mistura de gases de propano e butano alimenta o fogo durante todo o trajeto”, explicou Favaro.

Nem a água consegue apagar essa chama, já que os gases usados no interior da tocha precisam de pouca energia para sustentar o fogo aceso — o que tornou possível ao símbolo fazer um trajeto submerso no mar Mediterrâneo.

“Quando a tocha não está sendo passada, a chama permanece acessa em lampiões capazes de mantê-la por horas. Antes que os gases acabem, um novo lampião assume a chama”, concluiu o físico.