A ansiedade não apenas compromete o bem-estar dos colaboradores, mas também influencia negativamente a eficiência operacional e os resultados da empresa
O ambiente corporativo pode ser tanto um catalisador quanto um terreno fértil para a ansiedade. Altas demandas, prazos apertados e a pressão constante por resultados podem ser gatilhos poderosos para o desenvolvimento de sintomas ansiosos que, quando não gerenciados adequadamente, impactam negativamente os processos internos e o rendimento dos colaboradores.
A doença não compromete apenas a saúde mental dos funcionários, mas também pode acarretar em uma série de consequências prejudiciais para as empresas, como queda na produtividade, aumento do número de erros, diminuição do trabalho em equipe e até mesmo elevação das taxas de falta de pontualidade, assiduidade no cumprimento das obrigações e a rotatividade. Em um contexto onde o capital humano é um dos ativos mais valiosos, essas disfunções podem representar perdas significativas.
Segundo a psicóloga especialista em performance, Tiane Amaral, em um ambiente corporativo, a saúde mental dos colaboradores frequentemente é um aspecto subestimado, mas de vital importância. Garantir o bem-estar psicológico dos funcionários vai além de um gesto humanitário; é uma prática estratégica que traz benefícios tangíveis para as empresas.
“Colaboradores que possuem uma saúde mental equilibrada tendem a ser mais produtivos, criativos e engajados em suas tarefas cotidianas. Isso se reflete em um ambiente de trabalho mais harmonioso e cooperativo, onde a comunicação flui de maneira mais eficaz e as relações interpessoais são fortalecidas”, explica.
O primeiro passo para combater a ansiedade no trabalho é um diagnóstico correto. Entender as raízes da ansiedade é essencial porque cada colaborador é único e suas tensões podem estar ligadas a diferentes fatores. Os diagnósticos individuais e as avaliações de clima organizacional ajudam a mapear esses fatores, permitindo intervenções mais direcionadas e eficazes. Porém, o diagnóstico é apenas o começo, para potencializar os resultados e garantir um suporte contínuo aos colaboradores, oferecer palestras e treinamentos estruturados em três pilares fundamentais:
Educação e Conscientização: por meio de palestras dinâmicas, os colaboradores são informados sobre os diferentes aspectos da ansiedade, seus sintomas e as formas como ela pode se manifestar no ambiente de trabalho. Esse conhecimento é o primeiro passo para que cada indivíduo possa reconhecer e gerir seus próprios sentimentos e comportamentos.
Ferramentas e Técnicas de Gerenciamento: nos treinamentos subsequentes, são apresentadas estratégias práticas e técnicas comprovadas para o gerenciamento da ansiedade. Desde exercícios de visualização e técnicas de resolução de problemas e tomada de decisões, até estratégias comportamentais mais complexas, os colaboradores são capacitados a incorporar práticas de autocuidado em sua rotina diária
Criação de um Ambiente de Suporte: além do desenvolvimento individual, trabalhar junto com as lideranças da empresa para criar uma cultura organizacional que priorize a saúde mental. Por meio de workshops de liderança e consultorias, são desenvolvidas políticas e práticas que promovem um ambiente de trabalho mais inclusivo e solidário, reduzindo os gatilhos de ansiedade e melhorando a coesão da equipe.
“Os resultados desses programas têm sido notáveis. Empresas que adotaram esse modelo relatam uma redução significativa nos níveis de ansiedade entre os colaboradores, aumento na produtividade, menor índice de absenteísmo e um ambiente mais harmonioso e colaborativo”, conclui a especialista.