Proposta segue agora para votação no Senado
A relatora, deputada Carmen Zanotto (Cidadania-SC), recomendou a aprovação. “Esclarecer a sociedade pode ser fundamental para a busca de ajuda médica no momento certo. Só com o diagnóstico precoce podemos oferecer o tratamento adequado”, argumentou. Ela lembrou que 11 de abril é o Dia Mundial de Conscientização da Doença de Parkinson, estabelecido pela Organização Mundial de Saúde.
Segundo estatísticas citadas pela relatora, a doença pode atingir mais de 3% da população com mais de 64 anos. “Provavelmente, são mais de 600 mil parkinsonianos no Brasil, sem contar os portadores mais jovens da doença”, estima. Ela lamentou que a doença costuma ser alvo de piadas de mal gosto.
Qualidade de vida
Carmen Zanotto lembrou que o autor da proposta foi diagnosticado precocemente com a doença há dez anos. “Ricardo Izar trouxe a experiência pessoal no olhar para todos aqueles que possam desenvolver a doença”, elogiou. Ricardo Izar agradeceu a Carmen Zanotto e outros deputados pela aprovação do projeto. “O Parkinson é muito mais do que o tremor. É a dificuldade de se locomover, falar, levantar, escovar os dentes. As famílias têm uma dificuldade de conviver com o portador de Parkinson”, relatou. Ele espera que o projeto ajude a conscientizar as famílias e melhore a qualidade de vida dos pacientes.
A deputada Soraya Santos (PL-RJ), que é coautora do projeto, destacou a importância das campanhas de saúde para alertar a população. “Precisamos fazer desta lei uma ação, que alerte as clínicas e os médicos. Que as pessoas atentas aos sinais possam se socorrer.”
SUS
O deputado Victor Mendes (MDB-MA) lamentou que grande parte dos brasileiros não tenha acesso à cirurgia que atenua os sintomas da doença. “É uma cirurgia de ponta e cara. Tenho pessoas próximas que sofrem da doença, mas tiveram oportunidade de fazer a cirurgia. Ela deve um dia estar disponível no SUS”, espera.
Ricardo Izar também lembrou que os medicamentos de tratamento do Parkinson estão em falta nas farmácias que oferecem remédios de alto custo.
Sobreposição
Apenas o deputado Tiago Mitraud (Novo-MG) fez uma ressalva ao projeto, alertando para a sobreposição da campanha com outras mobilizações no mesmo mês. “Sabemos dos impactos positivos do mês de conscientização, mas a inserção recorrente pode ser contraproducente. Passamos a ter uma sobreposição de meses de conscientização. Já temos o Abril Verde e Abril Azul. Eles vão ser inviabilizados com esta sobreposição”, disse.
O Abril Verde é uma campanha de prevenção de doenças e acidentes de trabalho. Já o Abril Azul promove a conscientização sobre o autismo.