O neurocirurgião Tiago da Silva Freitas esteve em Alfenas (MG), no último sábado (27), para realizar procedimento com neuroestimuladores para aliviar os sintomas de Carolina Arruda


A jovem Carolina Arruda, de 27 anos, causou comoção nas redes sociais após mobilizar campanha de eutanásia, para se livrar de dores crônicas. Vítima da “pior dor do mundo” há 11 anos, a estudante de veterinária possui uma condição chamada neuralgia do trigêmeo, que afeta o nervo trigêmeo da face.

Após tanto sofrimento, Carolina concordou em ser internada em uma instituição focada na administração de dores, na cidade de Alfenas, Minas Gerais. No último sábado (27), Tiago da Silva Freitas, neurocirurgião com foco na intervenção da dor, participou do procedimento que implantou neuroestimuladores na região do nervo trigêmeo e na região cervical posterior alta.

“O caso dela é mais complexo, pois não se trata só de uma neuralgia do trigêmeo, mas sim de uma dor neuropática, secundária a algumas manipulações de tratamentos anteriores que danificaram ainda mais o nervo dela. Embora a cirurgia tenha sido sem intercorrências, a resposta com a neuromodulação varia entre 40 e 70%, depende muito do corpo do paciente e deve ser analisada nos próximos dias”, afirma o especialista.

A cirurgia, que durou mais de 6 horas, contou com posicionamento de eletrodos na região cervical alta e no Gânglio de Gasser. A intenção é que esses eletrodos regularizem os impulsos elétricos anormais do nervo.

De acordo com o neurocirurgião, a resposta do corpo de Carolina ao tratamento pode demorar alguns dias ou até semanas. “Vamos esperar esse tempo e, caso a reação seja positiva, ótimo, ela não precisará passar por procedimentos semelhantes. Caso o corpo reaja mal, ela ainda tem outras opções, como implante de sistemas de infusão de medicamentos, eletrodos no córtex motor ou de fazer uma lesão na região do trigêmeo no cérebro”, detalha o especialista.

O médico reforça ainda a necessidade de tratar o resultado com cautela e explorar tratamentos multidisciplinares, como acompanhamento psicológico, fisioterápico e psiquiátrico, uma vez que “a dor crônica causa muito sofrimento, e todo paciente com essas condições deve receber a devida atenção para neutralizá-la”.

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