Além do consumo de água, legumes, hortaliças e frutas, refeições caldosas podem ajudar na hidratação no clima quente e seco
Com a chegada do período da seca, os cuidados devem ser redobrados e a preocupação com a alimentação adequada torna-se ainda mais relevante. Mestre em Nutrição e professora do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Paloma Popov, aponta as escolhas nutricionais inteligentes como diferenciais para garantir a saúde e o bem-estar durante toda a estação.
“A água é o nosso maior suporte para a hidratação, especialmente em climas secos”, destaca Paloma. Ela ressalta que, mesmo em regiões onde a água é tratada e disponível, é fundamental compreender a quantidade de minerais adequados para uma hidratação eficaz.
A nutricionista explica que, em condições normais, o recomendado é consumir cerca de dois litros de água por dia. No entanto, no período de seca, essa necessidade aumenta consideravelmente. “O corpo reage naturalmente à desidratação, e é crucial que o consumo de água seja intensificado”, enfatizou.
A docente do CEUB alertou sobre a importância de optar pela água pura no lugar de outras bebidas. “Refrigerantes e sucos não substituem a água, pois ela possui uma composição única que permite a absorção ideal pelo corpo”, esclarece. Para aqueles que têm dificuldade em consumir água pura, Paloma sugere uma alternativa: água saborizada com pedaços de frutas, como limão, abacaxi ou laranja, uma maneira refrescante e saudável de se manter hidratado.
Com foco na alimentação, Paloma destaca as frutas e hortaliças como excelentes aliadas na busca pela hidratação. “Frutas com alto teor de água, como melancia, melão, mamão, caju e laranja, fornecem não apenas líquidos, mas também vitaminas e minerais essenciais”. Ela esclarece que, embora as frutas e sucos sejam benéficos, não substituem a ingestão direta de água, mas podem compor o padrão de hidratação ideal do corpo.
Durante as refeições principais, como almoço e jantar, a professora do CEUB aconselha escolher preparações que contenham molhos, uma vez que esses podem contribuir para a ingestão adicional de líquidos. De acordo com a nutricionista, a diversificação da dieta é sempre bem-vinda, abrangendo todos os grupos alimentares, desde cereais até leguminosas, como arroz e feijão – que, além de nutrir, fornecem uma quantidade considerável de água.
O consumo excessivo de alimentos ricos em sal e açúcar são contraindicados. “Esses componentes podem aumentar a sensação de sede, levando a um ciclo de desidratação indesejada. O ideal é garantir uma abordagem equilibrada à alimentação, privilegiando alimentos frescos e evitando produtos ultraprocessados, com alto teor de sódio, podendo levar ao inchaço corporal”, alerta.
Em relação à escolha entre alimentos frescos, enlatados ou congelados, Popov destaca que o consumo de alimentos frescos é sempre a melhor opção, quando o assunto é hidratação e saúde. No entanto, alimentos congelados, como frutas, também podem ser uma alternativa viável. “Frutas congeladas, como uvas e acerolas, podem ser adicionadas à água, proporcionando sabor e hidratação extra”, indica.
A busca pela hidratação adequada
“A sede é um sinal de que o corpo já está desidratado, portanto, é essencial priorizar a hidratação contínua”. Nesse sentido, a manutenção do consumo regular de água oferece diversos benefícios ao corpo, contribuindo para a melhora da saúde da pele, um adequado funcionamento do sistema intestinal e a lubrificação das mucosas em várias partes do corpo, como boca, olhos e nariz. Paloma Popov destaca que a hidratação impacta positivamente a gente produção de suor, o que é particularmente vantajoso quando mantemos um nível saudável de hidratação.
“Até mesmo para a saúde bucal, o papel da água é notável. A saliva, essencial para a mastigação e deglutição dos alimentos, desempenha um papel fundamental na digestão adequada. Portanto, garantir uma ingestão adequada de água permite uma gestão mais eficiente dessas funções vitais”.