Estão previstas atividades como rodas de conversa com médicos, transplantados e profissionais ligados à causa


O Instituto Doando Vida por Rafa e Clara realiza no próximo sábado (19), no Parque da Cidade, uma mobilização para conscientizar a comunidade sobre a importância da doação de órgãos. O evento, que conta com as parcerias do Hospital Brasília, Laboratório Sabin e outras instituições, além de voluntários, será no Estacionamento 10, a partir de 9h.

Com fila ainda impactada pela pandemia, Brasil tem 39 mil pessoas à espera de um órgão

Estão previstas atividades, como rodas de conversa com médicos, profissionais ligados à causa da doação de órgãos e transplantados, aferição de pressão, teatrinho com o Detran-DF, pocket show com o palhágico Chou Chou e brincadeiras para as crianças.

Se o médico souber que eu sou doador, ele não vai se esforçar para me salvar após um acidente?

A equipe médica que atende a uma pessoa na emergência tem como prioridade salvar vidas, além de não ter conhecimento sobre a decisão do paciente de ser um doador. Apenas após a morte encefálica comprovada e com o consentimento da família é que outra equipe médica, especializada em transplantes, é chamada.

O Instituto Doando Vida por Rafa e Clara ampara crianças em situação de extrema vulnerabilidade social e nutricional na região da Chácara Santa Luzia e Cidade Estrutural. Clara tinha apenas dois anos quando foi vítima de um acidente fatal, que também tirou a vida da mãe dela, Rafa. Os rins de Clara foram doados e salvaram a vida de duas crianças. Dez anos depois, o instituto que leva o nome de mãe e filha busca promover a discussão do tema da doação de órgãos.

“Entendemos que somente o diálogo e a discussão sobre o tema, sem tabus, pode quebrar a resistência em relação ao ato de amor e empatia ligado à doação. Temos força mobilizadora e queremos ajudar a despertar as conversas em família e, consequentemente, incentivar mais doações de órgãos em Brasília” afirma Luciana Andrade, vice-presidente do Instituto Doando Vida.

No Brasil, até o dia 10 de agosto de 2023, 65.775 pessoas estão na fila de espera para transplantes de órgãos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. No Distrito Federal, são 1.288 pessoas. Entre elas, 644 aguardam por um rim, 22 por um fígado, 39 por um coração, 583 por uma córnea. Em 2022, foram realizados 32 transplantes de coração, 101 de rins e 108 de fígado, em Brasília. Os dados são da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos.

No Brasil, para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, em nenhum documento. Basta comunicar a família do desejo de doar. A doação de órgãos e tecidos de uma pessoa falecida só acontece após autorização dos familiares.